28 Abril 2016
A Uber vem tentando expandir suas operações dentro do Brasil, mas nem todo mundo parece disposto a facilitar a vida da empresa. A empresa anunciou que o serviço de transporte particular já está disponível em Salvador deste quinta-feira (7), sendo a cidade, agora, o 10º município a contar com o aplicativo funcionando.
Com a modalidade UberX, de carros mais compactos e sem os modelos pretos exibidos pela empresa para outras modalidades, alguns requisitos também são exigidos, como ar condicionado, quatro portas e data de fabricação até o ano 2008.
Em salvador, os usuários pagarão um valor inicial de R$ 2,50 e mais R$ 1,21 por quilômetro rodado, além da tarifa de R$ 0,20 por minuto. Nos táxis tradicionais da capital, a bandeira 1 custa R$ 2,42 por quilômetro rodado e a 2 R$ 3,38 – sem contar a "bandeirada", que custa R$ 4,81.
Agora, são 10 mil condutores afiliados à Uber em Brasília, Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. O cadastro de motoristas começou a ser feito em março, embora, segundo o G1, tenha sido um tanto quanto complicado encontrar carros disponíveis na região.
De acordo com a gerente de comunicação da Uber, Letícia Mazon, o problema da falta de carros se deu por conta do número pequeno de veículos cadastrados no aplicativo. Ela disse ainda que, nas primeiras horas, os usuários também poderiam enfrentar complicações para encontrar carros e fazer viagens.
Protestos e rejeição da prefeitura
E a chegada do Uber em Salvador não foi nada diferente de outras capitais brasileiras. Protestos de taxistas marcaram esta semana contra as atividades do aplicativo. Antônio Cruz Melo, diretor do sindicato de táxis da capital, diz que o Uber prejudica os táxis por cobrar mais barato e cita alguns outros problemas envolvendo o aplicativo.
Somos totalmente contrários, porque só prejudica a gente. Eles não pagam nenhum imposto. Já conversamos com a prefeitura, e o prefeito já garantiu que não vai liberar esse serviço. Os carros deles são melhores do que o nosso e, além disso, o preço cobrado por eles é inferior em 50%, o que nos prejudica. Por outro lado, não são vistoriados e os passageiros não têm nenhuma segurança.
Fábio Mota, secretário municipal de Mobilidade Urbana de Salvador, também se mostrou completamente contrário à chegada do aplicativo e que o serviço oferecido pela Uber é clandestino. A prefeitura ainda citou que vai apreender veículos de motoristas da Uber que forem flagrados trabalhando e os condutores poderão ser multados.
Em contrapartida, o diretor de comunicação da Uber, Fabio Sabba, diz que a empresa não está fora dos conformes da política nacional de mobilidade urbana, e que o serviço da sua empresa não tem relação alguma com os táxis. Segundo ele, a modalidade da Uber é mais voltada para ser uma alternativa às pessoas que possuem carro particular mas tradicionalmente não saem com ele por vários motivos.
Seria clandestino se fosse um tipo de serviço que faz a mesma coisa que um táxi faz. São serviços distintos. A gente tem um time de políticas públicas que conversa com todas as esferas de poder, tanto municipal, estadual, federal. Esse serviço é 100% legal, porque tem respaldo numa lei federal", declarou. "Não se tem ainda uma regulação específica para o transporte individual privado, mas é como se fosse um motorista particular que você tem. O que o Uber faz é conectar esse motorista particular com o usuário por meio de tecnologia.
Do outro lado, em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad articulou um novo acordo para regulamentar o aplicativo na capital, onde o número de taxistas contrários à Uber é extremamente grande. Uma série de protestos já foram feitos pedindo a saída do aplicativo, mas ao que tudo indica, a Uber vai continuar operando normalmente em SP, bem como no Rio de Janeiro.
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