Android 17 Nov
Pode parecer coisa de psicóloga, mas combater ódio com ódio (vide o caso recente da rapper americana Azealia Banks) não resolve nada. E isso se aplica também aos casos de pirataria, segundo afirma um estudo publicado pelo pesquisador Jordi MacKenzie, da Universidade Macquire em Sidney, na Austrália.
Ou seja, de acordo com o estudioso, prender os cibercriminosos não tem um efeito prático no combate à pirataria e apenas resolve um problema imediato. O ideal será como aquele famoso ditado já diz: "prevenir é o melhor remédio".
Para chegar a essa conclusão o pesquisador analisou as medidas aplicadas em seis países diferentes e também as receitas totais e semanais de 6.083 filmes diferentes que estrearam nessas regiões entre os anos de 2005 a 2013 (8 anos), observando durante todo esse período os mesmos resultados: a punição não teve qualquer impacto na indústria do cinema.
Em resumo, ao coagir as pessoas a não compartilhar conteúdo ilegal, seja na internet ou por outros meios, não diminui (ou aumentou) o lucro que as empresas cinematográficas ganharam em comparação com o período anterior e posterior a realização do estudo.
Nenhuma prova consistente foi encontrada para mostrar aumento nas receitas de cinema em qualquer um dos mercados", revela a pesquisa.
O estudo também analisou um dos casos mais polêmicos da internet, o fechamento do site MegaUpload em 2012 e chegou a uma conclusão surpreendente:
Nenhuma evidência de aumento na receita dos cinemas é observada após essa data [o fechamento do site]. Na verdade (...) há pequenas evidências de queda nas receitas de cinemas após essa data", aponta.
Ou seja, ao combater o compartilhamento ilegal é como se a indústria desse um tiro no próprio pé, diminuindo a divulgação de uma produção, já que os "piratas" costumam ser os que mais gastam com cultura e conhecimento.
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