24 Janeiro 2017
A Xiaomi prometeu manter operações no Brasil, mesmo que apenas de suporte, assistência técnica, logística, finanças e gerência geral, além do comércio eletrônico. Porém, passados oito meses desde que a promessa foi feita, e até da divulgação de um programa beta no país, a marca sumiu das prateleiras virtuais.
Em maio, o então vice-presidente internacional da companhia, Hugo Barra (que anunciou nesta segunda-feira sua saída da empresa), disse que a companhia estava “expandindo os canais através dos quais vendemos nossos produtos, vide as parcerias com Walmart, CNOVA, Webfones etc”.
A página da marca chinesa no Walmart, no entanto, conta com apenas três smartphones disponíveis no momento, sendo todos uma variante do Redmi Note 3. O Redmi 2 e 2 Pro estão esgotados. Também é possível ver capinhas e outros acessórios da marca na loja online da gigante varejista.
Todos, no entanto, são vendidos e entregues por uma outra loja, Smart Us. O Walmart em si não tem em estoque e nem cadastrado nenhum produto da companhia, como Barra explicou em maio passado.
Das lojas online listadas no próprio site da Xiaomi, só o link para o Walmart não dá em uma página de erro ou redireciona para a página inicial da loja. No entanto, nenhum produto está listado ali.
Claro que passaram-se oito meses e, considerando que a empresa havia adotado uma postura apenas de observação no Brasil, é compreensível que não tenha mais quase nenhum dispositivo em estoque no país. Nenhum dos novos aparelhos anunciados desde maio chegaram a ser lançados oficialmente por aqui.
Este não seria um problema, considerando que não é difícil importar um smartphone da China atualmente – apesar de bastante cansativo, uma vez que demora cerca de dois meses para o produto chegar, e muitas vezes é necessário buscá-lo nos Correios pagando uma taxa e o imposto de importação. Mas tem a questão do suporte.
De acordo com o site Tech Tudo, o SAC da Xiaomi no Brasil ainda tem uma linha telefônica ativa. No entanto, não é possível pedir informações ou ajuda sobre os aparelhos que foram vendidos por aqui.
Para não falar nas redes sociais. O canal do YouTube não recebe um novo vídeo desde 2 de maio de 2016. Já a página no Facebook foi atualizada pela última vez em 29 de junho, celebrando a marca de 10 mil inscritos para o programa beta da MIUI. “Vocês são top, vocês são MAX!”, diz a última frase. Será que somos mesmo tanto assim?
Em oito meses, de uma postura de observação, mas com manutenção das operações no país, a Xiaomi mudou lentamente para o total abandono do Brasil. Nem mais os interessantes intermediários a companhia tem mais interesse em trazer oficialmente para cá.
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