O popular serviço de 'empréstimo' de imóveis, Airbnb, que já conta com mais de um milhão de usuários no Brasil, tem sido explorado de uma forma estranha por praticantes da mais antiga profissão do mundo: a prostituição.

Cafetões, cafetinas e prostitutas tem visto no serviço uma oportunidade de obter clientes em vários pontos das cidades, e os casos de locação para esse tipo de atividades não param de crescer.

Os 'bordéis temporários' são algo que, muitas vezes, os locadores sequer sabem que existem, vendo que os clientes costumam entregar o apartamento do mesmo jeito que receberam — mas um caso recente no Reino Unido expôs, de fato, que os imóveis também estão sendo usados com essa finalidade.

O dono de um dos apartamentos cadastrados procurou a BBC para relatar que seu imóvel foi usado como ponto temporário de prostituição.

Ele alega ter suspeitado quando o cliente insistiu para pagar em dinheiro físico, algo incomum para usuários do serviço, que geralmente optam por cartão de crédito ou débito.

O locador ficou chocado quando descobriu no cesto de sua casa várias camisinhas usadas, garrafas de vinho vazias e um forte cheiro de perfume no ambiente — sinais muito óbvios para alguém que não queria ser descoberto.

As suspeitas começaram quando no dia em que ele concluía a reserva, notou que seus inquilinos assinaram a mensagem de texto com um nome esquisito; ao pesquisar no Google ele descobriu que seu AP tinha sido alugado a duas prostitutas de luxo.

Com medo de ter seu nome envolvido em atividades ilícitas, o homem ligou para polícia e abriu uma ocorrência; ele teme que muitos outros estejam sendo enganados, e até pensa em vender seu imóvel após o ocorrido.

A BBC conseguiu conversar com uma garota de programa que atende pelo Airbnb, e em depoimento, ela diz que o serviço ajudou a construir uma base sólida de clientes em diversos cantos do país, pelo simples fato de ser muito mais barato do que manter um apartamento fixo.

A moça discorreu que custos de aluguel para atividades comerciais são muito caros, as vezes até requerendo que o inquilino pague dois meses de aluguel com antecedência, o que acaba tornando a prática inviável financeiramente.

Só esse ano já foram descobertos 14 bordéis temporários na Inglaterra, número relativamente alto para um tipo de negócio que faz publicidade 'discreta' on-line, o que dificulta sua localização.

A prostituição não é ilegal no Reino Unido, desde que seja praticada com uma pessoa de cada vez; no caso dos bordéis (casas de prostituição) onde o serviço é 'vendido' num estabelecimento, é algo classificado como ilegal — aqui no Brasil a lei funciona de forma similar.

O Airbnb afirma que tem 'tolerância zero' com esse tipo de comportamento, e está investigando o caso relatado.