Não é nada incomum nos depararmos com comentários deixados por 'pessoas sem rosto' na web — os chamados fakes, que por alguma razão insistem em tentar esconder sua identidade.

A prática é cada vez mais adotada aqui no Brasil, onde aos poucos, a internet fica mais policiada, com direito a punições e processos por inúmeros motivos, incluindo racismo, intolerância racial e xenofobia; é nessas horas que o uso da identidade 'falsa' pode dificultar uma possível investigação.

Na China as coisas são bem diferentes; uma nova lei acaba de estrear tornando obrigatório o uso de identidades reais quando comentando em publicações na web.

Ela começa a valer a partir de 1 de outubro, e exige que empresas de tecnologia requisitem informações de toda e qualquer pessoa que comenta em publicações, independente da plataforma.

A medida foi adotada para desencorajar a disseminação de notícias falsas, uso de linguagem de baixo calão, e comportamento julgado ilegal.

Ela é vista por muitos como mais uma 'censura' adotada pelo Governo chinês, para reduzir diretamente o direito de 'opinião' (muitas vezes confundido com discurso de ódio).

O órgão é conhecido por restringir o acesso na web apenas a serviços e apps locais, isolando a China do resto do mundo em redes sociais e várias outras plataformas.

Há pouco tempo ele também ordenou as operadoras de telefonia móvel locais que bloqueassem o uso de VPNs pessoais até 1 de fevereiro de 2018, restringindo o acesso não-autorizado dos chineses à diversas plataformas e serviços.