18 Março 2015
Apple Watch foi anunciado no segundo semestre de 2014 junto aos novos iPhones, mas o evento realizado por sua criadora neste mês de março aqueceu novamente as novidades sobre o primeiro relógio inteligente com a icônica fruta estampada em sua traseira. Um dos fatores mais interessantes, certamente, foi a presença de um modelo do acessório esperto custando impressionantes US$ 10 mil. Como noticiamos na semana passada, o responsável pela existência da versão extravagante é o próprio Jony Ive, um dos designers mais renomados no mundo.
Agora, nas palavras do analista Benedict Evans, membro da equipe Andreessen Horowitz, a real explicação pela manufatura de um gadget vestível custando quase um carro pode ter sido alcançada. Em uma longa postagem em seu blog, o profissional em cargo de usar estatísticas para prever e analistar o mercado clareou várias informações a respeito do wearable da Maçã, usando acontecimentos históricos e um aprofundamento na metodologia praticada pela gigante de Cupertino desde os seus primórdios. A conclusão é bem simples.
É tudo sobre o marketing
Lojas da apple são enormes ícones de mídia em todas as principais ruas comerciais nos países desenvolvidos. Não posso pensar em outra companhia que possui tantas lojas desse tamanho em tais localizações estratégicas. Os estabelecimentos físicos da Apple são operações de marketing fundadas por si só. O relógio de ouro [modelo de US$ 10 mil] também pode ser. Apple pode vender apenas centenas [de unidades], mas qual impressão é criada sobre o relógio de US$ 10.000, ou US$ 349? Afinal de contas, o mercado de produtos de luxo é cheio de companhias cujo modelo mais visível é extremamente caro, mas a receita final vem de maquiagem, perfume e acessórios. Você vende o vestido de alta costura por US$ 50 mil (que talvez será usado apenas umas vez), mas também vende muitos batons com sua marca — diz Benedict Evans em seu blog.
Apple sempre foi conhecida como uma empresa elitizada. Seguindo os pensamentos do analista, um produto que é caro em demasia é, nada mais e nada menos, o ápice da propaganda. Quem vê a marca da Maçã saberá que lá é possível encontrar modelos de até US$ 10 mil, resultando em uma sede ainda maior pelo consumismo desenfreado, justificando a adquisição de um aparelho com a fruta estampada como sendo uma decorrência do alto poder aquisitivo. Enquanto o relógio caro vende algumas unidades, iPhones e iPads mais acessíveis saem como água.
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