Android 10 Out
Atualização:
No Brasil, foi descoberto que o smartphone MS50S da Multilaser abarca o inconveniente bloatware, substituindo anúncios legítimos de sites por propagandas que geram receita para a GMobi, que também funciona para atualizar o smartphone, já que ele não é certificado para atualizações via OTA da Google.
O processo pode ser identificado como Multilaser Update (com.rock.gota), e a empresa - em comunicado enviado ao TecMundo - nega que a intenção da solução GMobi seja coletar dados dos usuários indevidamente, dizendo que o serviço não tem capacidade de realizar carrier-billing (assinatura de serviços na linha), funcionando para promover novas atualizações de sistema.
Curiosamente a empresa não nega que o programa seja capaz de fraudar propagandas, mas promete para as próximas semanas uma atualização que fará com que o smartphone passe a ser atualizado pelos sistemas da Google, abandonando a atual solução.
Matéria original abaixo:
Quando achávamos que o Facebook poderia ser o maior protagonista em episódios sobre obtenção de dados sem permissão dado o recente episódio que colocou Apple e Samsung também na discussão, um artigo do The Wall Street Journal denuncia uma fabricante de abarcar seus dispositivos com um bloatware perigoso.
Um bloatware nada mais é que um aplicativo pré-instalado, daqueles que dificilmente conseguimos remover e são oferecidos à força pelas fabricantes. Nesse caso, a Singtech - uma empresa de Singapura - estaria embutindo nos seus smartphones baratos um software que coleta IMEI, endereço MAC e até localização de GPS, e então envia esses dados - extremamente sensíveis - para a GMobi.
A GMobi, por sua vez, é uma companhia publicitária que usaria, então, essas informações para lançar anúncios mais assertivos e bem direcionados. E se você acha que não temos nada a ver com essa história, a notícia ruim é que aparelhos comercializados no Brasil estão inclusos nessa lista.
Sem revelar quais são os smartphones, o WSJ ressalta que a prática vem sendo adotada em países emergentes, e não apenas pela Singtech, mas também pela chinesa Adups e a indiana MoMagic. À primeira vista você não deve reconhecer essas marcas, mas a Singtech, por exemplo, em sua página institucional afirma trabalhar com nomes como Huawei, Xiaomi, e BLU. E essas são apenas três das mais de 100 fabricantes parceiras da companhia.
Porém, deve aliviar os usuários de smartphones dessas três citadas que todas negaram trabalhar com a GMobi, o que pode indicar que seu ecossistema de aparelhos está livre desse problema.
O problema, porém, é real e o CEO da GMobi, Paul Wu, não nega essa coleta de dados, afirmando que a legislação das regiões onde atua permite a extração dessas informações. Eis aqui uma razão para essa prática ser adotada em países com economia em desenvolvimento, já que tendem a adotar leis menos rígidas ou ainda engatinharem no sentido de legislarem sobre proteção de dados na internet.
O CEO companhia complementou dizendo que essa é ainda uma forma de fornecer atualizações gratuitas para os donos desses smartphones, deixando em aberto se sua fala diz respeito à atualizações de versão de sistema ou softwares específicos, já que diversas outras fabricantes atualizam seus aparelhos sem o "sequestro" de informações pessoais.
Em todo caso, é bom ficar de olho nos processos que rodam em segundo plano nos seus dispositivos. Se você acredita que pode ser vítima dessa prática, deverá ser um processo como o destacado abaixo no gerenciador do seu Android:
E você, o que acha da prática? Acredita que as empresas realmente estão coletando essas informações apenas para apresentarem anúncios mais efetivos? Conte para a gente nos comentários!
Comentários