30 Agosto 2019
A Apple está querendo se prevenir antes que a guerra comercial entre Donald Trump e China respingue nela.
De acordo com o econômico Nikkei, a gigante de Cupertino encomendou estudos a alguns parceiros que participam da sua cadeia produtiva visando cotar custos caso iPhones, iPads, MacBooks e AirPods possem fabricados fora da China. Algumas empresas já trabalhando nesses cálculos são a Foxconn, Pegatron, Inventec, Compal e Quanta.
Hoje 90% dos iPhones são montados na China, e a Maçã teria expectativa de mover de 15% a 30% dessa produção para outros países. Para isso estaria tendo também conversas com governos visando buscar incentivos tributários. Ainda segundo o jornal, México, Indonésia, e Malásia estariam nos objetivos dela. Índia e Vietnã seriam um plano B.
Essa ideia, porém, não deverá ganhar materialidade no curto prazo: um dos fornecedores explica que algo assim pode levar até três anos para ser implementado, já que mesmo após definido um novo espaço para a produção, montar todo o equipamento e fazer a linha de produção trabalhar corretamente pode levar 18 meses.
Curiosamente o Nikkei ressalta ainda que mesmo caso Trump e Xi Jiping cheguem a um acordo de paz ela se manterá firme com essa ideia.
Tim Cook teria sentido na pele que não é bom concentrar a produção do ecossistema Apple em uma única região, por mais atrativa que a China seja. Os problemas políticos imprevisíveis não compensam a centralização da produção, e por isso fragmentá-la deverá mesmo ser um objetivo da empresa a longo prazo.
Vale lembrar, os próximos iPhones deverão ser oficializados em setembro, esses ainda montados esmagadoramente na China. Será que as brigas entre EUA e China vão influenciar nesse lançamento, talvez subindo seu preço por novos embargos comerciais?
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