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Fake news antes da web: confira histórias que prejudicaram campanhas de vacinação no século 19

08 de outubro de 2019 24

Nos últimos anos o sistema de saúde brasileiro tem passado por diversas situações controversas que vão além das dificuldades geradas pela falta de investimento. Acontece que diversas pessoas engajaram em campanhas para influenciar pais a evitarem o uso de vacina em seus filhos e neles mesmo, alegando que o uso de tal componente químico, que tem por objetivo prevenir de doenças, na verdade não tinha nenhum tipo de efeito por conta da falta de "maturidade" do sistema imunológico da criança, que, segundo os engajadores da causa, só se fortalece a partir dos 2 anos de idade, época em que mais da metade das injeções obrigatórias contidas no cartão já devem ter sido aplicadas.

Porém, tal atitude fez com que diversas doenças que estavam em controle total voltassem a ser parte do cotidiano da população brasileira. Um exemplo disso é a Coqueluche, cujo aumento no número de casos foi de 135% entre 2011 e 2015, significando que, possivelmente, essas pessoas afetadas tomaram a vacina que previne esta doença. Outro caso mais recente e que ainda estampa a capa de diversos jornais é sobre o Sarampo, que já possui 5,4 mil casos registrados, incluindo 6 óbitos. Essa situação fez com que o Brasil perdesse o certificado de país livre do sarampo, após mais de 20 anos com controle da doença.

Mesmo sabendo que existe um movimento contra vacinação, muitas vezes são compartilhadas na internet notícias a respeito de efeitos colaterais de injeções com o intuito de afastar as pessoas desse método científico criado para reduzir os riscos de morte por problemas evitáveis na população. Entretanto, esse tipo de fake news não são novidade no Brasil e nem tem como origem os grupos nas redes sociais ou sites de notícias de origem duvidosa, mas a nossa nação já enfrentou outras epidemias como consequência da propagação de mentiras.

A quantidade de notícias sobre esse tipo de assunto no século 19 causou tantos problemas no Brasil que o Senado Federal resolveu divulgar uma parte do acervo histórico no qual estão presentes alguns casos que mostraram o poder que uma notícia falsa tem sob a administração de uma nação em períodos de campanhas de vacinação. Obviamente que essas informações não têm só o intuito de mostrar o histórico desse tipo de mentira noticiada, mas conscientizar os brasileiros a tomarem a melhor decisão em relação aos casos de doenças evitáveis que estão se propagando.

Varíola

Esta foi uma das primeiras doenças a ser alvo de campanhas antivacinas e fake news durante o século 19, pois a aplicação de vacinas para prevenção de doenças era algo novo no país e no mundo, influenciando diretamente na forma como o povo reagiu quando os imperadores dom João VI, dom Pedro I e dom Pedro II resolveram proteger a população da Varíola, que hoje está erradicada do mundo.

De acordo com as informações do acervo, os três imperadores tentaram realizar esta distribuição de injeções para todos gratuitamente, porém o povo fugia e isso só contribuía para a amplificação das epidemias, afetando diversas pessoas por todo Brasil.

Imagem: Agência Senado (Ato do governo de 1828: varíola foi alvo de política pública desde o início do século 19)

"Em Santa Catarina, têm morrido para cima de 2 mil pessoas. Eu estabeleci ali a vacina, deixando-a encarregada a um cirurgião hábil, mas quase ninguém compareceu. Os povos estão no erro de que a vacina não faz efeito. Quando o interesse público não se identifica com o interesse particular, nada se consegue", discursou em 1826 o senador João Rodrigues de Carvalho (CE), citando a província da qual fora presidente (governador).

Apesar de não ser uma doença letal, no que diz respeito a sua gravidade em relação à quantidade de afetados, a varíola lesionava drasticamente o corpo de quem era infectado, criando bolhas grandes (também chamadas de bexigas) que, depois de estourarem, faziam com que o corpo dos "bexiguentos" ficasse coberto de feridas que, mesmo após a cicatrização, deixavam deformidades irreparáveis nessas pessoas.

Imagem: Agência Senado (Ilustração do século 19 mostra marcas da varíola)
Vacina vs fake news

Quase no final do século 18 (1796), na Inglaterra, o médico Edward Jenner observou que no interior do país inglês os camponeses tinham contato com uma versão da Varíola Bovina ao ordenharem vacas acabavam não sendo infectados pela doença que estava se propagando entre os humanos. Apesar de não ter nenhum tipo de efeito colateral nos animais, o doutor quis saber mais a fundo o porquê dessas pessoas criarem uma imunização sem nenhum tipo de remédio.

Para tal Edward coletou o pus presente nas bolhas existentes na teta de algumas vacas para analisar se esta observação fazia sentido. Após alguns testes, ele percebeu que realmente havia uma proteção dentro daquele fluido espesso, levando-o a criação da primeira versão do líquido denominado de "vacina", que tem como variação a palavra latina vacca. Esta foi a primeira doença a ter algum tipo de imunização no mundo, e tal situação se estendeu por um bom tempo.

Porém, ao saberem como era desenvolvido este líquido, muita confusão foi gerada, até mesmo criando rumores de que tal tratamento gerava algum tipo de mutação nos seres humanos que os levava a se tornarem pessoas com características de vacas. Tal informação chegou ao Brasil, dificultando amplamente a aplicação do tratamento, onde pessoas se trancavam em suas residências, escondiam os filhos embaixo de camas e até mesmo fugiam de suas cidades.

Imagem: Agência Senado (Charge inglesa antivacina do século 19 mostra pessoas desenvolvendo características de vaca após imunização)

A desinformação era algo que afetava até mesmo a cúpula do país, levando a uma divisão de opiniões e prejudicando diretamente a proteção da população durante a epidemia de Varíola. Entretanto, em pleno século 21, ainda vemos o quanto essas notícias falsas podem influenciar na opinião das pessoas em relação aos cuidados com uma doença que possui baixo risco de óbito quando tratada, fortificando, mais uma vez, a importância de verificar a fonte de notícias quando relatos antivacina são divulgados.

E aí, caro leitor, você já se viu influenciado por alguma notícia falsa sobre o tema? Se sim, diga para a gente nos comentários. Além disso, é importante informar que o Brasil está em período de campanha de vacinação contra o Sarampo, então não deixe de comparecer ao posto de saúde mais próximo da sua residência para se proteger.


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Comentários

Fake news antes da web: confira histórias que prejudicaram campanhas de vacinação no século 19
  • Coisa de terraplanista que não tem cérebro pra raciocinar. Terraplanistas são o GADO deste século. Mais burros impossível, gado da pior espécie.

      • Tinha que pegar esses antivacinas, terraplanistas, enfim o gado deste século, que não acredita na ciência, medicina (etc) e proibir que eles usem qualquer tecnologia criada por cientistas "globaloides", globaloides é o termo que este gado usa para falar dos cientistas de verdade e pessoas realistas.

        Também, proibir o acesso a medicina e tratamento médico, seja por causa de doença ou em caso de acidente etc.

        Caso fiquem doentes ou aconteça algum acidente etc, o antivacina terraplanista será encaminhado ao seu guru youtuber. Já que eles, os gurus, dizem que são mais inteligentes que os cientistas e médicos formados, nada mais justo do que eles atenderem seus inscritos em caso de doença ou acidente e que seja proibido os mesmos comprarem remédios.

        Já que eles também se acham mais inteligentes que os cientistas, que criaram toda tecnologia que temos hoje. Então nada mais justo que proibir eles de usarem qualquer tecnologia criada por cientistas globaloides, Incluindo, YouTube, Facebook, Internet, smartphones, câmeras fotográficas, computadores, calculadoras...

        • Argumentar com essa galera anti vacina é a mesma coisa que argumentar com terraplanista, só perda de tempo. A diferença é que o terraplanista não faz mal a ninguém além dele mesmo. Grupos anti vacinas são responsáveis por manter os vírus circulante e provocam a infecção de pessoas que não podem se vacinar ou que não desenvolvem anticorpos com as vacinas e pior ainda, de seus filhos pequenos que não são vacinados por conta da crença dos pais. Por isso digo que essa galera toda tinha que ser judicialmente responsabilizada. E.

            • Continue não tomando sendo assim o mundo se livra de pessoas como vc mais cedo.

                • O problema é que essas pessoas que não se vacinam fazem mal a outras. Existe uma parcela da população, aproximadamente 5%, que não desenvolve anticorpos com as vacinas ou que são alérgicas a componentes e não podem se vacinar. Então essas pessoas dependem de uma população maior vacinada pra evitar que o vírus continue circulando e eles estejam protegidas. Quando aparece um infeliz desse que deliberadamente não se vacina ele tá aumentando a probabilidade de os vírus circularem na população e coloca em risco a saúde daqueles 5%.

                  • Acho engraçado falar que a internet gera Fake News. Tanta Fake News que tinha antes. Os ETs e a duvida que o homem pisou na Lua veio da época. No referendo pra escolher o sistema politico falaram que a Lei Aurea durava 100 anos. E todo mundo na TV falou que o plano absurdo do Sarney de congelar preços daria certo. Se tivesse no tempo da internet muitos desses absurdos seriam acreditados por poucas pessoas.

                      • Tomara que seja extinto.

                          • Engraçado, querem legalizar o aborto por causa do aumento populacional e depois as mesmas pessoas me vem enfiar vacina para salvar nossas vidas porque se preocupam muito conosco? Gado é gado...

                            • Faz certo mesmo, você tem liberdade sobre o seu corpo, isso que o estado faz e sim facismo coisa que a galera lacradora adora vociferar, o estado quer te vacinar por algum interesse dele, porém ele utiliza um dos seus braços (midia) pra criar uma propaganda que é tudo pro bem do gado.

                                • Claro, doente é oneroso pro Estado. É mais barato dar vacina do que ficar pagando leito de hospital, bocó. Doenças foram erradicadas no mundo graças às vacinas, mas é tudo o estado opressor querendo controlar a população. Converse com alguém que teve pólio, e veja como são gratas por não terem sido vacinadas.

                                  • Engraçado... Se eu quiser mudar o sexo (segundo o estado) beleza meu corpo minhas regras... Agora se eu não quiser tomar vacina (segundo o estado) sou um criminoso, terraplanista, fake News... Qual o critério Sr opressor estado?

                                      • Vc mudar de sexo não prejudica saúde alheia.
                                        Este é o ponto.

                                        Vc não estar vacinado te torna alvo de infecção que vc pode transmitir para quem ainda não foi vacinado.

                                        • Porque quando você deixa de se vacinar, você coloca em risco todos ao seu redor. Vírus e bactérias sofrem mutações constantes, e podem vir a ficar imunes à determinadas vacinas e tratamentos. Agora alterar alguma coisa no seu corpo, ninguém tem que dar pitaco, porque não interfere na vida de ninguém. Volta para escola e aprenda o básico, antes de reclamar do Estado.

                                            • Nós somos obrigados a tomar as vacinas para proteger as pessoas que, por algum motivo, não podem tomá-las. Se todos que não têm nenhum tipo de restrição à vacina tomar, o agente infeccioso não circula, diminuindo (ou zerarando) as chances de alguém que não tomou vacina se infectar. Portanto tome todas e faça com que seus filhos as tomem e CALE A MALDITA BOCA!

                                                • Tome vacinas?? Kkkkkkkkk eu não tomo vacinas faz mais de 20 anos!! Se o estado vier aqui será recebido A BALA!!! Seu gado!

                                                    • Vai morrer mais cedo e vai virar mortadela pq mortadela é feito de burro, e depois vai parar no esgoto mas primeiro vai passar pelo trato digestivo de um petista qualquer que adoro um pão com "montandela". Hahahahahahahahaha

                                                  • kkkkkkkkkkj meu Deus