A tecnologia tem ajudado cada vez mais a medicina a identificar doenças prematuramente, auxiliando no tratamento precoce e a encontrar novas formas de cura para doenças.

Nos últimos anos, falamos aqui no TC sobre diversas formas diferentes de usar smartphones e jogos para o tratamento médico e se você adora esse assunto, vai ficar feliz em saber que pesquisadores de uma universidade em Durham, EUA, criaram recentemente um app capaz de identificar sintomas de autismo em crianças pequenas.

Segundo os desenvolvedores, o aplicativo tem potencial para se tornar uma ferramenta de baixo custo para ajudar a identificar prematuramente o transtorno em crianças.

De acordo com os pesquisadores, as crianças com o espectro autista observam de maneira diferente o que está ao redor delas. Foi desse princípio que eles partiram para desenvolver o app.

Sabemos como os bebês com autismo prestam atenção no ambiente de forma diferente e não prestam muita atenção em pessoas.

Geraldine Dawson
Ph.D., diretora do Duke Center for Autism and Brain Development e coautora sênior do estudo que apareceu em 26 de abril no JAMA Pediatrics.

O aplicativo foi desenvolvido para avaliar os padrões dos olhares das crianças que serão testadas, enquanto elas assistem a filmes curtos que são produzidos especificamente para o diagnóstico, adaptados para um iPhone ou iPad. Uma inteligência artificial conseguem determinar se a criança olha mais para os humanos nos vídeos ou para os objetos.

Podemos rastrear os padrões de movimento do olho nas crianças pequenas para acessar os riscos de autismo, disse Dawson. Essa é a primeira vez que podemos fornecer esse tipo de acesso usando apenas um smartphone ou tablet. Esse estudo serviu como uma prova de conceito e estamos muito animados.

Os filmes desenvolvidos para o aplicativo foram projetados especialmente para conseguir detectar para onde a atenção da criança está voltada. Entre os filmes, por exemplo, estão imagens de uma mulher alegre que rodopia de um lado da tela, enquanto um objeto que ela segura domina o outro lado. Crianças que não estão no espectro autista conseguem focar sua atenção em tudo o que acontece na tela, com foco principal na mulher.

Já as crianças que forem identificadas com o transtorno, focam sua atenção principal no objeto. Essas diferenças nos padrões são cruciais para o diagnóstico precoce da condição, que pode facilitar o descobrimento das mudanças que precisarão ser feitas quanto antes na rotina da família para o bem-estar da criança.

Essa foi a conquista técnica que demorou muitos anos para ficar pronta. Ela exigiu que nossa equipe de pesquisa desenvolvesse os filmes de maneira específica, para desviar os padrões de atenção do olhar usando apenas um dispositivo móvel.

É incrível o quão longe a gente foi para conseguir essa habilidade de acessar os movimentos do olho sem equipamento especializado, usando um dispositivo comum que as pessoas têm no bolso.

Zhuoqing Chang
Ph.D., pós-doutor associado do Duke’s Department of Electrical and Computer Engineering e líder do estudo.

Apesar de simples, o estudo pode ajudar milhares de crianças ao redor do mundo.

Você gostou da ideia?