O Facebook acaba de banir judicialmente (e virtualmente) um desenvolvedor – isto é, impedi-lo de criar qualquer tipo de app ou serviço que seja associal à empresa ou qualquer um de seus produtos.

Isso aconteceu porque Louis Barclay simplesmente desenvolveu uma extensão chamada Unfollow Everything, que permite que o usuário deixe de seguir todas as suas conexões de uma só vez, além de impedir que notificações de grupos e páginas sejam enviadas.

Apesar desse tipo de ação não ser proibida pelo Facebook, ela deve ser feita de forma manual, e não através de um app de terceiros (no segundo caso, ela fere as políticas de uso da rede social).

Após apagar as conexões e deixar de receber notificações de páginas e grupos, o usuário basicamente fica sem o Feed de Notícias – sim, nada aparece por lá.

Ainda assim, as amizades, páginas, grupos tudo é mantido e publicações podem continuar a ser visualizadas caso o usuário entre, por exemplo, num perfil alheio ou em uma das páginas ou grupos de seu interesse.

A ideia da ferramenta de Barclay era tirar a "poluição visual" da rede de Zuckerberg e oferecer ao usuário total controle sobre o que ele deseja ver, burlando, de certa forma, os algoritmos do Facebook.

Barclay afirma que após se livrar do Feed de notícias, ele sentiu menos tentado a continuar usando o app e rolando infinitamente para ver o conteúdo e, com isso, seu tempo de uso diminuiu.

Em um artigo recente para o Slate, onde acusa o Facebook de tomar medidas anticompetitivas contra os consumidores (por não oferecer liberdade a estes) o desenvolvedor afirma que seu "vício" no Facebook passou a se tornar administrável.

Após o lançamento do Unfollow Everything, em pouco tempo a equipe de Mark Zuckerberg enviou uma carta a Barclay pedindo para que ele desistisse de seu projeto. Após se negar a fazê-lo, ele teve todas as suas contas (Facebook e Instagram) desativadas, como explica na publicação a seguir:

Entre as exigências do Facebook estava uma que ordenava, entre outros, que o desenvolvedor entregasse à empresa uma lista com cada um dos domínios que ele possui, junto de todas as contas do Facebook e Instagram que ele criou, desenvolveu ou controlou.

Ele também foi obrigado a revelar todo os produtos que desenvolveu que interagiam com o Instagram, Facebook ou quaisquer um dos serviços da empresa, incluindo apps e APIs usadas.

Tudo isso (e algumas coisas a mais, que foram detalhadas no blog de Barclay) deveria ser enviado ao Facebook em até 48 horas após a carta ter sido recebida e o descumprimento das ordens ou não-resposta seria classificado como "conduta imprópria" pela companhia.