Economia e mercado 22 Nov
Anunciado no começo do último mês de agosto junto com o Buds 2 – que já fizemos a review por aqui, o Galaxy Watch 4 chegou ao mercado em duas versões: normal e Classic, sob a proposta de ser uma melhoria considerável em relação a geração anterior e ser mais um degrau para quem está construindo o seu ecossistema da marca ou para quem usa Android e está em busca de um smartwatch de qualidade.
Mas será que o novo relógio inteligente da gigante sul-coreana cumpre o que é prometido ao mesmo tempo que mantém a boa reputação das versões anteriores? É isso que você confere a seguir na nossa análise completa.
Em mãos, temos o Watch 4 em sua versão normal, no tamanho de 44mm, na cor verde musgo; que na nossa opinião, é a mais bonita entre as três opções de cores oferecidas no site da marca.
O design do relógio é bastante agradável, trazendo uma caixa de alumínio em formato circular, pulseira de silicone, tela Super AMOLED de vidro e apenas dois botões localizados na lateral direita. Todo o acabamento é muito bem feito e a impressão que fica é, sem dúvida, de muita qualidade.
Ofertado em dois tamanhos nessa versão, 40 e 44mm, e em mais dois tamanhos na sua versão Classic, 42 e 46mm, além do tamanho da caixa, o único diferencial entre os modelos é quanto ao acabamento, que na versão clássica é de aço inoxidável – ao invés do alumínio que temos aqui, e a presença da coroa física para mexer nas funções do relógio, que fica reservada à Classic. De resto, todos os componentes internos são iguais.
Ambos os modelos ainda possuem certificação militar ML-STD para garantir a resistência, com proteção IP68 para água e poeira, tela com vidro Gorilla Glass, e resistência a 5 ATM, que garante a segurança do uso para banhos e treinos de natação.
Tela
Além do vidro resistente a riscos, a tela de 1.4 polegadas traz ótimas cores, mantendo o que vimos na geração anterior, e uma ótima densidade de pixels, ficando na casa dos 454 ppi – valor superior ao visto em smartphones topo de linha da própria marca.
A tela ainda traz excelentes níveis de brilho, o que facilita utilizar o relógio sob a incidência direta de luz solar, e o recurso Always On, que mantém o visor sempre ativo, aproximando o funcionamento do smartwatch ao de um relógio comum; algo que pode parecer besteira, mas aumenta a praticidade de não ter que ficar girando o braço, tocando sobre a tela ou apertando o botão para ver as horas o tempo todo.
Apesar de não trazer a coroa física como na versão Classic, ainda é possível deslizar a ponta do dedo próximo a borda da tela para navegar entre as telas principais do relógio – mas o controle também pode ser feito de forma comum, simplesmente deslizando os menus para o lado.
Os botões laterais são dedicados, primariamente, a retornar a tela inicial e a retornar ao menu anterior, mas também podem ativar o Samsung Pay e a Bixby sob um toque prolongando, ou, no caso do botão superior, abrir uma função específica configurada através do aplicativo ao ser pressionado duas vezes.
Equipado com um processador Exynos W920, 1.5 GB de memória RAM e 16 GB de armazenamento interno (que por sinal, é o dobro do visto na geração anterior), o sistema embarcado no Watch 4 corre de forma fluída, sem nenhum tipo de travamento. Ele é o resultado da parceria entre Google e Samsung e é, basicamente, o WearOS, do Google, rodando sob a interface OneUI Watch 3.0, da gigante sul-coreana.
Chamado de WearOS by Samsung, o sistema não apenas substitui o famoso TYZEN – presente até as versões anteriores do relógio, como resolve de forma gratificante um dos principais problemas vistos nas implementações passadas: a integração com aplicativos de terceiros. Isso, pois conta com a Play Store, que garante aplicativos como Spotify, Google Fit, Strava, MyFitnessPal e muitos outros; todos bem otimizados para o vestível.
É possível, inclusive, baixar sua playlist preferida do Spotify no relógio, conectar seus fones Bluetooth a ele, e fazer a sua atividade física ouvindo música sem a necessidade de ter seu smartphone por perto ou uma conexão ativa de dados (apesar de uma versão do Watch 4 com LTE também estar disponível para compra).
Mas se a parceria com o Google rendeu bons frutos de um lado, por outro ela destruiu algumas pontes. Graças a ela, o relógio não oferece mais nenhum tipo de compatibilidade com o iPhone, uma vez que o aplicativo dedicado aos wearables da Samsung presente na App Store não lista o Galaxy Watch 4.
E se esse tipo de incompatibilidade era esperado – e até justo, tendo em vista que a Apple faz o mesmo com seu relógio, assumimos que ficamos surpresos ao notar um impedimento do smartwatch em relação a aparelhos Android não Samsung.
Apesar do relógio contar com todos os sensores embarcados para fazer o registro do ECG e da pressão arterial do usuário, esses dois recursos estão disponíveis apenas para quem instalar os aplicativos correspondentes no seu smartphone. O problema é que esses apps só estão disponíveis na Galaxy Store, que é limitada a smartphones e tablets da Samsung.
Ou seja, há compatibilidade com aparelhos Android de todas as marcas? Sim, mas todos os recursos do relógio só funcionam se você também tiver um Galaxy.
Mesmo assim, até quem não tem um smartphone da marca poderá aproveitar a integração entre o sistema do relógio e o sistema do smartphone. Em uma navegação no Google Maps ou uma reprodução de música, por exemplo, o relógio oferecerá a navegação passo a passo e os controles de reprodução na sua própria tela, sem necessidade do usuário requisitar.
Além disso, pode permitir controlar recursos de outros produtos da marca, como um Galaxy Buds, controlando o ANC dos fones.
Galaxy Wearable
Mas tirando esses pontos de lado, o Galaxy Wearable – que é compatível com qualquer versão do Android superior a 6.0 (Marshmallow) – permite a configuração completa do Watch 4, possibilitando o ajuste de praticamente todos os recursos e o acompanhamento de bateria e conteúdo armazenado, além de trazer uma loja gigantesca de watchfaces; sendo muitas dessas completamente personalizáveis.
E se o ECG e a pressão arterial ficaram de fora para dispositivos não Galaxy, todos os outros recursos continuam disponíveis. Uma vez pareado, o relógio é capaz de realizar todas as medições que estamos acostumados a ver em outros vestíveis do mesmo tipo, registrando os dados de sono (incluindo roncos), os níveis de estresse, os passos e os batimentos cardíacos do usuário. Mas o Watch 4 não para por aí!
Graças ao novo sensor BioActive, o relógio traz a possibilidade de o usuário checar a sua bioimpedância, acompanhando de perto o progresso do seu condicionamento físico. O recurso informa na tela do próprio dispositivo a porcentagem de gordura corporal, a massa muscular, o IMC e até a porcentagem de água no corpo, além da Taxa de Metabolismo Basal (TMB); algo até então inédito para um smartwatch!
Sob a promessa de entregar os mesmos dados vistos em uma balança de impedância, toda a medição pode ser realizada de maneira bem simples. Uma vez ativado, o relógio pedirá que o usuário encoste os dedos médio e anelar nos dois botões laterais, mas sem encostar as duas mãos. A partir daí, durante 15 segundos, 2400 medições serão realizadas através dos sensores embutidos, entregando os dados citados.
É claro que tudo isso é bastante impressionante, mas é válido ressaltar que as informações recolhidas não substituem equipamentos médicos especializados (o que era de se esperar). De qualquer forma, servem como um ótimo entretenimento para quem gosta de acompanhar sua evolução física de perto e, mais que isso, como um alerta para quem precisa ir ao médico.
Registro de atividades
E como saúde é o que interessa, como não podia ficar de fora, o Galaxy Watch 4 também traz um conjunto de mais de 80 modalidades de atividades físicas para acompanhamento.
Através do Samsung Health, o usuário poderá incluir ao menu de atividades do relógio modalidades como arco e flecha, badminton, balé, vela, burpee e muitas outras; além das já rotineiras caminhada, corrida ao ar livre, ciclismo e natação, todas elas acompanhadas do GPS interno independente.
Porém, apesar do número enorme de modalidades disponíveis, notamos que não há uma captura detalhada dos dados de cada atividade específica. Após pular corda, por exemplo, você não será capaz de ver a quantidade de pulos dados ou o número de recomeços, ficando limitado a acompanhar o tempo que a atividade durou e a frequência cardíaca.
Mas com tantos recursos, quanto dura a bateria? Em nossos testes, depois de demorar pouco menos de 2 horas para carregar completamente, o Galaxy Watch 4 foi capaz de ficar cerca de 36 horas longe das tomadas. Isso, utilizando o recurso de Always On do display e ativando o modo de economia de bateria por volta dos 20% de carga restante.
Claro que ter mais autonomia seria algo positivo, ainda mais quando vemos tantos vestíveis por aí com promessas de atingir a marca de 1 semana ou, no mais extremo, 1 mês longe do carregador. No entanto, é preciso analisar se esses dispositivos possuem a mesma quantidade de funções que o smartwatch da Samsung e, mais que isso, se possuem a mesma capacidade de processamento.
Aqui, ainda é válido ressaltar que a Samsung oferece o kit completo de carregamento na caixa, trazendo não apenas a base para realizar a carga, mas também o adaptador de energia para encaixar na parede.
Além disso, o smartwatch também pode carregar sem fios através de dispositivos compatíveis, como os smartphones da marca com carregamento reverso ou bases de carregamento mais modernas, a exemplo do Samsung Wireless Charger Duo.
Comercializado, como citado, em duas versões: normal e classic, em 4 tamanhos diferentes e com unidades com suporte a LTE (dividindo o plano 4G do seu aparelho com o relógio através do e-sim), o Galaxy Watch 4 chegou ao mercado brasileiro por um valor inferior ao visto na estreia da geração anterior; o que de cara já o torna uma boa proposta.
Como se isso não bastasse, o smartwatch ainda traz um dos conjuntos mais completos para vestíveis Android, fazendo tudo o que estamos acostumados a ver em outros relógios de outras marcas, mas com a excelente adição do sensor BioActive, que eleva os níveis de acompanhamento corporal para um novo patamar.
Mas o smartwatch também tem um ponto baixo. Sem dúvida, a integração “quebrada” com dispositivos não Galaxy, deixando de fora o ECG e a pressão arterial, é um ponto negativo que deve ser considerado por quem tem um smartphone Android de outra marca e busca um relógio inteligente com essas funções.
Ainda assim, unindo a excelente qualidade de construção, o design e o conjunto amplo de funções, é praticamente impossível não recomendar o Galaxy Watch 4 para quem tem celular Android, mesmo que não esse não seja Samsung.
No mercado brasileiro, pelos mesmos R$ 1.500 cobrados atualmente por um modelo semelhante ao que temos no pulso, não há competidores que entregam o mesmo conjunto; já que o Garmin VivoActive 4, que poderia ser considerado um competidor direto, figura na casa dos R$ 1900 reais, e o Apple Watch Series 3 – que nem é compatível com Android, mas se aproxima no preço, não tem o mesmo conjunto de funcionalidades.
Prós e contras
Com isso, como já é de costume, separamos nos cartões abaixo os melhores preços para o smartwach da gigante sul-coreana, com os melhores descontos! Mas e você, o que achou do novo relógio da Samsung? Conta para a gente aqui nos comentários!
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