O engenheiro de software norte-americano Kevin Systrom, que foi um dos cofundadores do Instagram, criticou as direções seguidas pela rede social nos últimos anos e afirmou que a plataforma perdeu "perdeu a alma" ao deixar a sua essência de lado.

A declaração de Systrom ocorreu durante uma conversa no podcast da repórter de tecnologia norte-americana Kara Swisher. O engenheiro de software fundou o Instagram em 2010 com Mike Krieger e também criou o Burbn, um serviço de compartilhar localização.

O executivo contou para a jornalista que costumava entrar no Instagram para saber o que seus amigos e familiares haviam feito, mas que agora só vê criadores e marcas usando a plataforma para vender produtos ou serviços e ganhar dinheiro.

"Acho que meu maior arrependimento no Instagram é o quão comercial ele se tornou", disse Kevin Systrom.

Systrom aponta que a falha no modelo de negócios da rede social está no direcionamento para anúncios. Com isso, a plataforma foca muito em criadores profissionais e em empresas, e deixa um pouco de lado o usuário comum do Instagram.

Do ponto de vista financeiro, essa estratégia parece estar dando resultado para a Meta, mas o ex-executivo destacou que isso pode levar ao que chamou de "consequências sociais não intencionais" para grande parte da base de usuários da rede social.

O processo de monetização no Instagram nos últimos fez com que influenciadores vivessem vidas "incríveis sem limites", com extravagância e tudo do melhor, o que fez muita gente querer se colocar no lugar dos produtores de conteúdo e se frustrarem por não conseguir.

"A vida é muito difícil, e tudo o que as pessoas postam no Instagram é a ponta do iceberg. É essa corrida até o fundo de quem pode ser o mais perfeito", conclui Kevin Systrom.

Kevin Systrom elogiou a plataforma BeReal por tentar resgatar um pouco do que o Instagram foi no passado. O rede incentiva os usuários a publicarem momentos aleatórios do dia, sem preparação, planejamento, maquiagem ou qualquer outra pré-produção.

Vale recordar que o Instagram foi vendido para o então Facebook em 2012 por US$ 1 bilhão. Os fundadores da plataforma ficaram à frente do negócio por mais um tempo e Systrom deixou a rede em 2018 após atritos com o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg.

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