08 Julho 2016
A tecnologia móvel está mudando o comportamento das pessoas no mundo todo desde a pequena infância, já que “tablet” é a primeira palavra de 12,5% das crianças britânicas e não deve ser muito diferente em outras partes do planeta. Apesar dos benefícios que smartphones e tablets oferecem, os contras começam a se revelar de maneira muito forte. Temos relatos de adolescente que corta a mão para tentar curar vício de internet, uma mulher que rouba da própria mãe para jogar Candy Crush e até um casal que vendeu dois filhos para gastar em jogos online. Agora, essa problemática se revela em números preocupantes.
Há um mês o Bank of America publicou resultados de seu relatório anual sobre o uso da tecnologia móvel, revelando que 71% dos norte-americanos entrevistados dormem com os smartphones na cama. Agora, novos relatórios da Flurry Analytics apontam que o número de viciados em tecnologia móvel cresceu 59% no último ano em todo o mundo, enquanto o número de dispositivos cresceu 38%, pulando de 1,3 para 1,8 bilhões.
No primeiro gráfico (acima) os usuários regulares estão representados como aqueles que fazem uso de aplicativos até 16 vezes por dia, com crescimento de 784 para 985 milhões, ou 25% de aumento em um ano. Os super usuários, aqueles que usam aplicativos entre 16 e 60 vezes por dia, cresceram 34% no mesmo período (de 440 para 590 milhões). Mas a grande surpresa está no grupo dos viciados móveis, consumidores que iniciam aplicativos 60 vezes ou mais por dia e que cresceu 59%, indo de 176 milhões em 2014 para 280 milhões em 2015.
Para termos uma melhor noção do que esses dados representam, se o número de viciados móveis formasse uma única nação ela seria a quarta maior do planeta (atrás dos Estados Unidos e superando o Brasil) enquanto teria sido a oitava maior em 2014. E no gráfico abaixo nós encontramos os vilões, aplicativos de mensagens e redes sociais.
Aplicativos de mensagens e redes sociais são os preferidos dos viciados móveis, que os abrem até 6,56 vezes mais do que um usuário móvel com hábitos considerados normais. É interessante notar que os jogos ocupam apenas a terceira colocação entre os “inimigos” daqueles que não conseguem se controlar. Mas a pesquisa demonstrou que há viciados com diferentes tipos de preferencias, até mesmo em aplicativos de finanças.
O setor de telefonia móvel deve continuar evoluindo, tornando ainda mais fácil e barato o acesso aos recursos que acabaram aprisionando as mentes de 280 milhões de usuários. Agora fica o questionamento, em 2016 teremos um número de viciados ainda mais próximo das nações mais populosas do planeta (China e Índia)? E você, está engrossando essas fileiras? Acessa algum aplicativo mais de 60x por dia, ou vai dormir acompanhado do smartphone ou tablet?
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