27 Junho 2016
Cientistas da Universidade de Houston, nos EUA, divulgaram resultados de um estudo que afirma que usar o celular ao volante para mandar mensagens prejudica mais a direção do que mentes distraídas ou sob forte estresse. Em conjunto com o Instituto de Transportes do Texas, os pesquisadores acreditam que usar o smartphone ao dirigir traz mais chances de acidente.
O resultado foi obtido a partir de um experimento com 59 motoristas voluntários. Eles foram submetidos a três condições diferentes de distração antes de dirigir quatro vezes por um percurso pré-definido: resolver cálculos e outros problemas que exigem atenção, alto nível de estresse por conta de emoções fortes e digitação de mensagens no celular.
O estudo mostrou que, embora desatentos em todos os três cenários, os motoristas mantiveram o carro em linha reta em boa parte do tempo, sem muitos desvios de percurso. Mas, o mesmo não foi visto no terceiro caso, quando as cobaias mandaram e leram textos ao volante.
Ao usar o celular e dirigir ao mesmo tempo, a direção apresentou desvios drásticos em certos momentos da rota, claramente causados por uma falta de atenção mais insistente. Distraídos pelo smartphone, os motoristas frequentemente deslocaram o carro para os lados, chegando mais próximo do meio fio, aumentando muito o risco de acidentes.
Segundo os pesquisadores, o cérebro tem embutido um dispositivo de segurança que permite deixar o carro em linha reta, sem maiores desvios, mesmo quando a mente está sob forte distração por vários motivos, incluindo estresse. Porém, esse sistema não pode não funcionar muito bem quando o condutor tem as atenções voltadas para a leitura de mensagens
Estressômetro
Para combater os riscos de acidente decorrentes de desatenção e, principalmente, uso do celular, os cientistas planejam desenvolver um dispositivo de segurança para o carro capaz de realinhar o carro em caso de desvio. Além disso, o mecanismo poderia analisar as condições do motorista, indicando em uma espécie de caixa preta a possível causa de um eventual acidente.
"Funcionaria como um bafômetro, só que para medir níveis de estresse. Um estressômetro", explica Inanis Pavlidis, líder da equipe de pesquisa.
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