Android 14 Mar
O brasileiro Cristiano Amon foi selecionado como novo presidente da Qualcomm no final de 2017. Cerca de três meses depois da promoção, o executivo veio para o Brasil ministrar uma aula inaugural na Unicamp, universidade onde se formou em engenharia elétrica.
Após a palestra, feita a alunos e professores da faculdade, Amon deu uma entrevista a jornalistas, ao lado do presidente da Qualcomm para a América Latina, Rafael Steinhauser. O TudoCelular esteve presente no bate-papo, no qual o executivo comentou sobre a tentativa frustrada de compra da Qualcomm pela Broadcom e outros assuntos.
Quando foi questionado sobre a nova fábrica que a companhia vai abrir no país, em parceria com a taiwanesa USI, Amon passou a palavra para Steinhauser, que explicou brevemente os planos e prazos para começar a funcionar. Veja abaixo um resumo.
Nós temos um parceiro, que é a USI, que vai cuidar da parte de montagem e da operação da fábrica, em si. Nós vamos entrar com a parte de tecnologia.
Vamos ainda escolher o local exato de construção, o que deve ocorrer até o final deste ano, talvez um pouco antes. Só então, nós vamos começar a construção, e aí o prazo para dar início ao funcionamento pleno da planta é de 24 meses. Pode ser que antes disso já tenhamos algumas coisas, como talvez testes finais do produto, por exemplo.
A fábrica deve começar a funcionar o mais rápido possível, mas não é fácil. Não dá para escolher um local e começar a fabricar chips da noite para o dia. Steinhauser explicou algumas questões que estão sendo levadas em conta, e deixou claro que o local, de fato, ainda não foi escolhido.
Vamos dar prioridade a um prédio já existente, porque demora muito subir um prédio do zero, pois ainda teríamos que buscar um monte de permissões. E nós queremos operar o mais rápido possível.
O que nós vamos fazer a partir de agora é um trabalho de desenvolvimento de software, de teste, de algumas partes de hardware, e depois de algum tempo desejamos não ter apenas estabelecer uma fábrica aqui no Brasil, mas também nos apoiar no país para toda a cadeia de geração e produção desse dispositivo.
Queremos fazer tudo rapidamente, porque nossa vontade é de que os primeiros produtos, telefones, com o SiP dentro, estejam no mercado ainda este ano. Estamos falando com várias fabricantes aqui no Brasil para que isso aconteça, e esperamos que dê certo.
O que está definido é que a fábrica funcionará na cidade de Campinas. Qualcomm, MSI e o governo do estado paulista têm um acordo, e a cidade, que fica distante pouco mais de 90 quilômetros da capital do estado, já está escolhida para abrigar o prédio.
Escolhemos Campinas porque aqui tem um ecossistema de fornecedores, de parceiros, de institutos de pesquisas, de uma universidade, que é a Unicamp, um celeiro de grandes talentos.
E tem uma infraestrutura que você não tem em praticamente nenhuma outra parte do Brasil, desde o aeroporto de Viracopos, que é chave para você tem uma operação logística ágil, além de fornecimento de energia, gás, saneamento… uma série de coisas que só em Campinas encontramos. Até uma escola internacional, que é exigência de funcionários que pretendemos trazer de fora.
Como já explicamos na matéria em que divulgamos a escolha do Brasil para a construção de uma fábrica da joint-venture Qualcomm e USI, o carro-chefe a ser fabricado por aqui será o "Sistema em um Pacote", ou SiP, na sigla em inglês. É um chip um pouco maior que um Snapdragon, e que servirá tanto para IoT como para telefones celulares. Mas o nome final do produto ainda não está definido.
Está na gestação ainda. O nome comercial do SiP, não está definido, ainda. Chamamos, vulgarmente, de ‘chipão’. Mas ele vai ter um nome melhor em breve.
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