Rumores 30 Nov
Depois de se tornar uma concorrente de peso no segmento de processadores, a AMD arregaçou as mangas e surpreendeu gamers e entusiastas em todo o mundo com sua nova linha de GPUs Radeon RX 6000. Além de enfim trazer uma solução gráfica de altíssimo desempenho, a família de placas de vídeo baseadas na arquitetura RDNA 2 impressiona por suas capacidades, custo-benefício e recursos.
Entre os novos recursos está o AMD Smart Access Memory (SAM), que não é exclusivo e nem exatamente novo, mas que ganha destaque com a família Radeon. Também conhecido por resizable Base Address Register (BAR), a tecnologia permite que o processador tenha acesso completo à memória da placa de vídeo, que normalmente é limitado a pacotes de 256MB.
Na prática, isso quer dizer que, ao invés de ler apenas 256MB de dados aos poucos, a CPU pode ler os 16GB de memória de uma RX 6800 XT de uma única vez, por exemplo. Curiosamente, o limite de 256MB não possui motivo para existir, tendo sido implementado na era dos processadores de 32 bits e mantido desde então.
Apesar disso, também não havia motivos para modificar esse limite, considerando que a demanda por largura de banda de memória era bem suprida pelos chips velozes presentes nas placas de vídeo.
A BAR estreou junto à interface PCI-E 3.0, mas até então não havia sido utilizada. Com o advento do PCI-E 4.0 e da linha RX 6000, a AMD aproveitou a oportunidade para entregar o recurso como um ponto de vantagem sobre as rivais GeForce da Nvidia. Segundo o time vermelho, a tecnologia traz em média ganhos de 6% de performance em games.
Com as novas Radeon no mercado, ainda que em estoque bastante limitado, o site Techspot aproveitou a oportunidade para descobrir o verdadeiro impacto do SAM nos games, e se a presença do recurso é de fato um diferencial interessante para a linha Radeon RX 6000.
Os resultados são muito interessantes, mas também muito mistos. Enquanto alguns games chegam a perder performance com o SAM ativado, outros, como Assassin's Creed Valhalla, mostram ganhos assustadores, na ordem dos 20%. A publicação comparou uma Radeon RX 6800 com uma GeForce RTX 3070 e, em cenários em que a placa AMD contava com vantagem, como em Valhalla, a diferença sofreu aumento, podendo atingir os 57%.
Em conclusão, o Techspot acredita que, apesar dos ganhos respeitáveis em certos títulos, os saltos registrados não mudariam o comparativo entre as duas placas, com a RX 6800 tendo boa vantagem de 11% a 14% em média. Apesar disso, há alguns pontos importantes a se analisar.
Apesar de inferior, a RTX 3070 é mais barata em cerca de 16%, custando US$499 contra US$579 da Radeon, e conta com desempenho em Ray Tracing significativamente superior, além do DLSS, que pode igualar os resultados em jogos compatíveis, ficando então a critério do usuário escolher sua prioridade entre performance bruta ou DLSS + RTX na hora de comprar uma das duas GPUs.
De toda forma, o fato é que o SAM é um recurso interessante que, aliado a outras tecnologias, pode indicar um futuro brilhante em termos de desempenho não apenas para as GPUs Radeon, que já se mostram extremamente promissoras, como também para as placas Nvidia e até mesmo para as futuras soluções Xe da Intel.
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