16 Novembro 2018
Tente se lembrar de como eram os celulares antes dos smartphones: boa construção física e competentemente rápidos para o que podiam fazer. Era possível permanecer anos com um, sem perceber - ao menos na mesma velocidade que percebemos hoje - que estamos usando um produto defasado.
Ironicamente, por mais sofisticados que sejam os celulares de hoje, a impressão vai na maioria das vezes no caminho contrário, com lançamentos de dois ou três anos atrás já não parecendo mais tão atrativos assim. Por isso, o ciclo de consumo é acontece cada vez mais rápido, com o bombardeamento constante de novos produtos com uma melhoria de design, menos bordas, alguns pixels a mais na câmera, e uma bateria ligeiramente mais competente.
Porém, como é de se suspeitar, nossos aparelhos deveriam durar bem mais do que duram. Quem diz isso é Benito Muros, da Fundação Energia e Inovação Sustentável Sem Obsolescência Programada (FENISS). Segundo ele, os celulares de hoje possuem plena capacidade de funcionarem por 12 anos, mas nenhuma companhia está interessada em oferecer uma vida tão extensa aos produtos.
E as razões para isso seriam óbvias: é interessante para as fabricantes que o ciclo de consumo seja intenso. Para Benito, não existe hoje nenhuma empresa que não trabalhe com a obsolescência programada, que já é idealizada desde a construção dos dispositivos, com a disponibilização de atualizações de segurança, por exemplo, que deixam alguns modelos mais lentos.
Além disso, a falta de atualização do Android prejudica a compatibilidade com aplicativos. Nesse aspecto a Apple é a que menos deixa a desejar, já que em pleno 2018 segue atualizando até mesmo o iPhone 5S de 2013.
Outro ponto que faria parte dessa estratégia de defasar um equipamento seriam as dificuldades em torno do reparo dos mesmos. Imagine que um display quebrado pode custar o mesmo que um celular novo e pronto: já há um forte argumento para um consumidor fazer essa escolha. Os custos de manutenção do novo iPad Pro, por exemplo, não nos deixam mentir.
Uma alternativa que pode ser adotada pelos consumidores insatisfeitos com a baixa duração de um smartphone Android é investir em sistemas operacionais alternativos, como o LineageOS. Claro, a melhor solução seria um bom suporte das marcas. Será que essa prática pode mudar nos próximos anos?
E você, quanto tempo costuma ficar com o mesmo smartphone? Em quanto tempo seus aparelhos costumam apresentar problemas? Conte para a gente nos comentários!
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