Samsung 21 Nov
Um extenso relatório preparado pela agência de pesquisa coreana CGS CIMB Research analisou o impacto dos smartphones dobráveis e sua participação no mercado de 2019 a 2022.
Além das análises de mercado e prognósticos para as fabricantes de smartphones e a indústria de componentes associados, o relatório também discute os custos totais de produção e as margens de lucro associadas ao Samsung Galaxy F, anunciado há alguns meses pela gigante sul coreana.
De acordo com o relatório da agência sul-coreana, os smartphones dobráveis serão a próxima revolução da indústria, tal qual o surgimento do iPhone, em 2007. 2018 foi o ano de smartphones adotarem um design semelhante ao do iPhone X, lançado no ano passado, e essa nova linha de dispositivos mudaria o mercado.
Os analistas da CIMB prevém que o mercado de smartphones estará em ascensão novamente a partir de 2020. E projetam qual fabricante lançará seu primeiro modelo do tipo. Pela ordem, Samsung, Huawei, LG, Oppo, Xiaomi, Vivo, Motorola, Microsoft e, finalmente, a Apple.
A agência apontou cenários para os próximos anos, traçando projeções realistas, otimistas e pessimistas. No cenário padrão, no próximo ano serão vendidos 4 milhões de smartphones dobráveis em todo o mundo e terá um salto para 39 milhões de unidades até o final de 2022, chegando a 9,2% do mercado no período.
Nos planos mais otimistas, esse número pode variar de 4,5 a 72 milhões de unidades vendidas entre 2019 e 2022, chegando a uma participação de 13,8% do mercado total. No pior dos cenários, essa variação vai de 3,5 a 24 milhões nos próximos quatro anos.
Sem dúvida, por toda a tecnologia que envolvem, smartphones dobráveis mais caros que o tradicionais. No caso do Samsung Galaxy F (ou Fold?) o custo de produção chega a ser até 69% maior que o do Galaxy S9 Plus, por exemplo.
Os custos da lista de materiais para o flagship atual da Samsung são de US$ 375,80 (R$ 1457,48, em conversão direta), com preço de vendas de US$ 840 (R$ 3257,81), o que representa um lucro de 55%. No caso do Galaxy F, esse valor de produção chega a US$ 636,70 (R$ 2469,35). Se adotarmos uma margem de lucro semelhante à da Apple para o iPhone XS Max, teríamos um modelo dobrável da Samsung custando US$ 1800 (R$ 6981).
O relatório também afirma que o Galaxy F terá duas baterias, uma em cada parte do dispositivo. Juntas, elas fornecerão uma capacidade de 5000 a 6000 mAh. Além disso, o dispositivo deve ser equipado com uma câmera dupla. Um sistema duplo de 12 megapixels e uma frontal de 8 megapixels. Esta informação foi verificada em fornecedores, de acordo com Jun Lim, analista de pesquisa da CGS-CIMB Research.
O Samsung Galaxy F provavelmente será alimentado pelo processador Exynos 9820 / Snapdragon 8150 com 8 GB de memória RAM e 128 GB de armazenamento. É possível que outras variantes de memória também sejam liberadas.
O consumo de vídeo aumentou a demanda por telas maiores, e a linha dobrável atenderá essas necessidades. Os displays devem variar de 7,3 a 9,2 polegadas e, com o tempo, devemos ver três partes de exibição, o que permitiria telas chegando a até 12 polegadas.
Fornecedores de display e bateria se beneficiarão com esse novo mercado, além dos fabricantes de módulos de memória e câmera. Nesse sentido, a Samsung Display está à frente da LG display, segundo o relatório.
A fabricante liderada por DJ Koh leva vnatagem em termos de tecnologia e escla de produção, podendo fabricar atualmente 1 milhão de displays OLED dobráveis por ano, o que a LG só alcançaria em 2020. Essa liderança também se estenderá no quesito bateria.
O relatório diz que o mercado de smartphones deve crescer de forma lenta, mas constante nos próximos anos. O preço ainda será alto em comparação aos demais dispositivos, então levará um tempo para que o mercado estabilize.
Mas apesar do alto valor, o número real de pessoas que comprarão estes dispositivos não depende somente do preço, mas da funcionalidade. Se eles forem capazes de substituir tablets ou notebooks, talvez o usuário considere a compra, já que não terá a necessidade de adquirir outro dispositivo.
O sistema operacional e a interface do usuário serão uma parte importante nessa equação. Atualmente, os smartphones são projetados para operação com uma só mão. Quando o tamanho da tela aumenta, a interface também precisa ser ajustada para que a operação com duas mãos se torne possível e confortável.
Smartphones dobráveis serão os possíveis tops de linha dos próximos anos. Espera-se que as inovações tecnológicas cheguem primeiro para essa categoria.
Contudo, espera-se que à medida que o mercado amadureça, o preço dos dispositivos caia e as vendas aumentem. O relatório aponta que os preços podem cair de US$ 1700 (R$ 6593) em 2019 para US$ 1300 (R$ 5041,85) em 2022.
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