Líder mundial em sensores de imagem, tanto para smartphones quanto câmeras DSLR e profissionais, a Sony deseja estabelecer sua posição como fornecedora da próxima geração de chips de processamento virtual com um conjunto de novos sensores 3D.

De acordo com Satoshi Yoshihara, chefe da divisão de sensores da companhia em entrevista à Bloomberg, a Sony planeja aumentar a produção de chips para alimentar câmeras 3D frontais e traseiras no final do terceiro trimestre deste ano, atendendo à demanda de vários fabricantes de smartphones.

O aspecto mais intrigante desta nova tecnologia parece ser uma forma melhor de identificação de rosto do que a disponível atualmente.

Como inspiração para esses sensores está o formato utilizado pela Apple na tecnologia Face ID, utilizado pela primeira vez no iPhone X em 2017 e repetido por outras marcas, como Xiaomi, Huawei e Vivo. Os sensores trabalham projetando uma grade de pontos invisíveis e detectando a face do usuário pelas deformações da grade em 3D espaço.

Os sensores 3D da Sony utilizam um formato já visto na natureza, como a ecolocalização dos morcegos, que criam um mapa de profundidade dos seus arredores. A empresa possui tecnologia para implantar pulsos de laser capazes de fazer mapeamento semelhante. Yoshihara diz que isso produz modelos mais detalhados dos rostos dos usuários, além de aparentemente funcionar a uma distância de até cinco metros (16 pés).

Quando falamos de hardware de imagem, pensamos automaticamente em fotos e vídeos, porém o sensor que a Sony está trabalhando para 2019 promete algo além disso. A gigante japonesa já havia adquirido a empresa belga SoftKinetic, que foi rebatizada para Sony Depthsensing.

A Sony também possui um site dedicado ao empreendimento nessa categoria, com carros autônomos, drones, robótica, displays montados na cabeça e, é claro, jogos, tudo isso como possíveis aplicações.

Em dispositivos móveis, certamente há espaço para melhorias nos métodos de desbloqueio de rosto existentes. Os mais básicos, como o do OnePlus 6T, por exemplo, utiliza a câmera frontal para identificar o rosto, e isso traz sérias dificuldades em ambientes com pouca luz. O Face ID utiliza uma série de sensores e componentes que exigem um bom espaço da tela do celular, sendo diretamente responsável pela existência do notch no smartphone da Apple.

Os sensores da Sony conseguiriam uma tremenda vantagem se conseguirem uma tecnologia de alta precisão sem utilizar a mesma quantidade de peças, aumentando assim o tamanho das telas dos dispositivos, já que a demanda atual é para que os novos smartphones tenham display maior sem entalhe.

No final de 2017, rumores apontavam para esse tipo de sistema baseado em laser 3D para os iPhones de 2019. Contudo, ao que parece, não haverá mudanças no design dos modelos da Apple antes de 2020. Um dos fornecedores de sensores de imagem para a Apple é a própria Sony, então é possível esperar que iPhones tenham essa tecnologia em um futuro próximo.