Lançamentos 10 Fev
Com o sucesso das plataformas de vídeo sob demanda como a Netflix, são poucas as empresas que não estão arriscando e lançando suas soluções também: para se tornarem atrativas, elas deixam de ser meras distribuidoras de conteúdo para esses serviços, e lançam os seus, muitas vezes puxando esse conteúdo de volta para casa, e lançando produções originais.
Assim, bem, o que antes era muito prático, pode se tornar uma dor de cabeça: veja que a vontade da Warner em aproveitar esse mercado pode fazê-la lançar seu próprio produto, e que para manter Friends por mais algum tempo, a Netflix precisou desembolsar milhões.
Enquanto as companhias acreditam que isso encherá os cofres delas, um estudo recente da Sandvine, empresa especializada em monitorar e analisar tráfego de redes, revelou um efeito curioso, mas não tão surpreendente assim.
O consumo de torrents, que de 2012 para 2015 caiu de mais de 50% para apenas 25% do tráfego nos Estados Unidos, voltou a crescer nos últimos meses, a uma taxa de 6%. Ou seja, os usuários estão voltando para a pirataria com alguma intensidade. E as razões para entender isso nem são tão difíceis assim.
São muitos os serviços hoje disponíveis que em constante disputa garantem exclusividade com um ou outro estúdio, fragmentando a disponibilidade de séries e filmes. Não só isso, existem investimentos pesados em produções originais, o que por um lado é bom, mas por outro limita certos produtos a apenas um canal de vídeo.
Conforme o levantamento apontou, hoje o usuário de streaming está disposto a pagar, em média, por dois serviços, isso já incluindo uma solução para música como Spotify ou Apple Music. Quando um programa que deseja assistir não está disponível com a empresa do qual é cliente, é mais comum que ele baixe por vias ilegais outros conteúdos, ao invés de assinar mais um produto.
Veja que Game of Thrones (HBO), House of Cards (Netflix) e The Handmaid's Tale (Hulu) são muitas vezes as mais procuradas em torrents, e são conteúdos originais das plataformas onde estão.
Existem ainda outras decisões burocráticas que podem ironicamente impedir que o usuário hoje assista a uma série ou filme quando quiser, como um serviço de vídeo indisponível na região e que não sublicenciou para outra companhia.
No caso de Titãs, da DC Universe, a série foi lançada nos Estados Unidos semanalmente, e só quando a primeira temporada acabou ficou disponível na Netflix mundialmente. Uma estratégia que vai na contramão do que o VOD propõe, e que fez os mais ansiosos correrem atrás por vias ilegais.
Tenha em mente que esse mercado está para ganhar dois novos jogadores de peso: Apple e Disney irão lançar seus portais de vídeo em 2019. A primeira deverá nascer com programas originais, mas a segunda já avisou que a Marvel se despedirá da Netflix, e Capitã Marvel será o primeiro longa a sair dos cinemas e ir para lá. Vale notar que nenhum desses novos serviços foi comentado para chegar ao Brasil.
Vale lembrar, o Looke é um serviço nascido no Brasil, e está enfim ganhando um app para Apple TV. Nesse caso, a assinatura é oferecida tanto de forma individual, como pode vir em alguns planos de assinatura de banda larga da TIM.
E você, considera a competição nesse mercado um problema por fragmentar a disponibilidade de conteúdo? Conte para a gente nos comentários!
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