Se você curte utilizar filtros em suas fotos, possivelmente deve conhecer o VSCO – que há alguns meses começou a utilizar I.A. na recomendação de fotos – e o PicsArt, dois apps bastante populares para quem busca esse propósito.

Informações recentes revelaram que o primeiro deles está processando o segundo, acusando o uso de engenharia reversa para a copia de diversos filtros antes exclusivos em seu app para dispositivos móveis.

Segundo a acusação, 17 empregados da PicsArt criaram contas na VSCO e usaram engenharia reversa para “copiar” pelo menos 19 configurações de filtros, uma violação nos termos de uso do app (aquela parte de ninguém nunca lê).

Tais termos mencionam claramente que os usuários concordam em não vender, licenciar, alugar, modificar, distribuir, copiar, reproduzir, transmitir, expor publicamente, publicar, adaptar editar ou criar trabalhos derivados de qualquer conteúdo do VSCO.

A acusante afirma que tentou remediar a situação fora dos tribunais com uma carta enviada à PicsArt em fevereiro de 2019, exigindo que a empresa removesse os presets criados com engenharia reversa e a compensasse por toda a renda feita com eles e as contas criadas por seus empregados.

A PicsArt respondeu que removeria todos os filtros até 22 de março de 2019, porém, apenas 17 deles foram removidos – e dois novos recém-adicionados também parecem ter sido criados com engenharia reversa, roubando mais uma vez o conteúdo da VSCO.

É claro que o simples fato de empregados da PicsArt terem criado contas no VSCO, em si, não é algo suspeito, porém, a VSCO tem provas adicionais que complicam a situação para sua rival.

Os cientistas de cores da VSCO determinaram que pelo menos dezenove predefinições publicadas pela PicsArt são efetivamente idênticas às predefinições do VSCO que estão disponíveis apenas por meio de uma conta do VSCO.

Especificamente, a VSCO determinou que os filtros PicsArt têm uma diferença de cor média (“MCD”) de menos de duas unidades CIEDE2000 (em alguns casos, muito menos que duas unidades) em comparação com suas contra-partes do VSCO.

Um MCD de menos de duas unidades CIEDE2000 entre filtros é imperceptível ao olho humano e não pode ter sido alcançado por coincidência ou aproximação visual ou manual.

Com base em informações e crenças, a PicsArt poderia ter alcançado apenas esse grau de semelhança entre seus filtros e os da VSCO usando as contas de usuário VSCO de seus funcionários para acessar o aplicativo VSCO e fazer a engenharia reversa dos presets da VSCO.

Em sua defesa, a PicsArt negou as alegações, dizendo através de um porta-voz que o VSCO não é um concorrente direto mas está aparente que eles se sentem ameaçados, complementando que suas acusações são infundadas e que é frustrante ver falsas acusações contra a empresa.

Apesar de não ter mencionado um valor específico, a VSCO exige compensação financeira e o pagamento dos honorários advocatícios, bem como a correção de publicidade já veiculada comentando sobre os recursos.