Analise da Opensignal sobre o lançamento da faixa de frequência de 700 MHz (que ainda não alcançou metade dos mercados na América Latina) no Rio de Janeiro mostrou alguns insights sobre o 4G na cidade. Segundo o estudo, a chegada dessa faixa nas redes 4G das operadoras produziu melhorias visíveis nas pontuações nacionais, que podem ser observadas no relatório brasileiro produzido pela empresa.

Contudo, alguns pontos se destacam. No Rio, embora o 700 MHz não tenha produzido grandes saltos na velocidade de download 4G, melhorou significativamente o nível de acesso a esse tipo de conexão, ao penetrar mais nos prédios. Isso, por sua vez, levou a uma experiência móvel aprimorada, já que os usuários conseguiram acessar sinais 4G mais fortes, com mais frequência.

A consultoria observou o aumento da disponibilidade do 4G com a chegada da faixa de frequências 700MHz no Rio de Janeiro.. De acordo com os dados analisados, os usuários de smartphones acessaram redes 4G na faixa de 700 MHz em áreas similares às existentes nas bandas de 2100 MHz e 2600 MHz e, portanto, sugerem que a boa penetração interna da banda de sub-1 GHz, provavelmente, explica o aumento da disponibilidade.

Contudo, por conta da capacidade limitada dessa faixa, quando os usuários se conectaram na faixa de 700 MHz, eles obtiveram, em média, uma velocidade de download 4G inferior a 20 Mbps em relação à banda de 2600 MHz.

Alguns modelos de smartphones, especialmente os importados, não suportam essa faixa de conexão 4G. Entre os casos mais famosos estão o aclamado Pocophone F1 e o flagships da Apple, iPhone XS e iPhone XS Max, que não possuem a faixa de 700 MHz na sua versão internacional. A Apple disse que não troca modelos importados por problemas de conexão.

Dados da Opemsignal mostram que a disponibilidade de 4G no Rio de janeiro aumentou de 69,9% no início de 2018, para 77,7% no final de março de 2019. Contudo, enquanto os ganhos do trimestre foram de cerca de 1% no início de 2018, eles mais que dobraram desde que a Claro, a TIM, líder no segmento e que tem implantado a tecnologia em várias cidades, e a Vivo começaram a usar a frequência de 700 MHz em suas redes 4G na região, em junho do ano passado.

A banda de 700MHz é adequada para serviço de banda larga móvel por conta de duas características: boa propagação de sinal e penetração interna, ou seja, maior alcance e menor perda de sinal em edifícios.

Dois mapas divulgados pela consultoria mostram que as áreas onde os usuários utilizaram as frequências acima de 1000 MHz e a recém-implantada de 700 MHz. A diferença entre as duas é a propagação de sinal e velocidade.

Em ambos os mapas, as medições aparecem espalhadas pelas áreas urbanas, indicando que os usuários de smartphone acessaram redes 4G em 700 MHz e bandas de frequência mais altas pré-existentes, nos locais onde passaram a maior parte do tempo.

A conclusão da Opensignal é que o aumento significativo na disponibilidade 4G medidas desde a implantação de 700 MHz foi, provavelmente, relacionado à segunda característica fundamental da banda sub-1 GHz: melhor propagação no interior.

Os usuários de smartphone no Rio de Janeiro desfrutaram, em média, 33,9 Mbps na velocidade de download de 4G, quando se conectaram a redes 4G, na banda de 2600 MHz. Mas, quando eles não podiam acessar as redes LTE na banda de frequência 4G mais alta, e conectadas nas faixas de 1800 MHz ou 700 MHz, sua velocidade média de download de 4G caiu em mais de 20 Mbps.

A análise da Opensignal permite sugerir que os usuários de smartphones na área urbana do Rio de Janeiro se beneficiaram da implementação da banda de 700 MHz em termos de alcance 4G estendido e tempo adicional para acessar redes 4G, devido à melhor penetração interna dos recém sub instalados na banda de 1 GHz. Porém, a velocidade de download 4G foi inferior a 13,2 Mbps, com a capacidade limitada da banda de espectro.