O comércio de celulares no Brasil não registrou um momento satisfatório em 2018. Segundo o estudo IDC Brazil Mobile Phone Tracker Q4/2018, o mercado fechou o último ano com uma queda de 6,8% em relação a 2017.

Dos 46,9 milhões de aparelhos vendidos, 44,4 milhões foram smartphones, enquanto 2,5 milhões consistem em feature phones. O pior trimestre foi o último, com baixa de 14,3% entre outubro e dezembro. O que teria salvado o período foram a Black Friday e o Natal.

Por outro lado, a receita obteve uma alta de 6%, quando comparada a 2017. A arrecadação se baseia nos valores dos dispositivos comercializados ao longo do ano. 14,1% apresentavam valores abaixo de R$ 699 (-41,5%); 39,8% custavam entre R$ 700 e R$ 1.099 (-25,8%); 35,6% tinham preços de R$ 1.100 até R$ 1.999 (+73,1%).

De acordo com o analista de mercado da IDC Brasil, Renato Meireles, três situações específicas afetaram com mais impacto o comércio dos aparelhos no país: a greve dos caminhoneiros, o período eleitoral e as oscilações do dólar.

“Passamos por três momentos que refletiram negativamente no mercado: a greve dos caminhoneiros, as eleições e a alta flutuação do dólar. O índice de confiança dos investidores diminuiu e, no decorrer do ano, a discussão de temas políticos e socioeconômicos, como a reforma da Previdência e a eleição presidencial, afetaram praticamente todo o setor de tecnologia.”

Renato Meireles

Analista de mercado em Mobile Phones & Devices da IDC Brasil

Para este ano, o instituto espera uma nova queda, mas não tão acentuada: 4,3% para os smartphones, com 42,5 milhões de unidades comercializadas; e 6,3% aos feature phones, com 2,4 milhões. Os números deverão ser mais baixos nestes dois primeiros trimestres de 2019, devido ao fim da Lei do Bem, e tendem a se recuperar na metade final, por uma confiança maior dos consumidores na economia e a chegada de novas marcas.

Vale lembrar que, de acordo com previsões da própria IDC, até o cenário global deverá apresentar baixa no mercado de smartphones para os próximos quatros anos.

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