O Uber precificou as suas ações em US$ 45 nesta quinta-feira (9) para a abertura de capital (IPO), que acontecerá ainda hoje (10). De acordo com analistas de mercado, o valor ficou muito perto do mínimo, que iria de US$ 44 a US$ 50 e isso fez com que a empresa levantasse US$ 8,1 bilhões.

Conforme diz a Reuters, esse valor traz um "resultado decepcionante" para a IPO mais esperada desde o lançamento das ações do Facebook. Isso se deve principalmente a uma série de péssimas notícias nesta semana como as greves de motoristas, prejuízo milionário do rival Lyft e um pessimismo generalizado em Wall Street.

Com isso, o Uber não conseguiu chegar aos US$ 100 bilhões esperados. Para isso, o preço da ação deveria ter sido fixado em US$ 55. Esse preço foi puxado para baixo depois que a empresa abriu o seu balanço financeiro mostrando uma série de prejuízos recentes.

Apesar de estar com um valor abaixo do que era esperado, grande parte dos analistas de mercado acreditam que o Uber está agindo com cautela. Isso porque, ao que parece, a empresa quer evitar cair no mesmo problema que o rival Lyft, que teve uma oferta inicial com bom preço, mas caiu.

Além disso, o Uber fez esse movimento em busca de acomodar grandes fundos que faziam pedidos por um preço menor por ação. Alex Castelli, sócio-gerente da CohnReznick, comentou:

Em última análise, o sucesso das ofertas da Lyft e da Uber será julgado com base no desempenho pós-IPO e como essas empresas podem sustentar seu crescimento, enquanto caminham em direção à lucratividade e diminuem sua perda financeira.

No entanto, também há analistas que acreditam que as ações do Uber estão superestimadas. Brian Hamilton, empresário de tecnologia e fundador da empresa de dados Sageworks, compara a empresa com o Lyft:

O Uber é basicamente um Lyft 2.0. Bom modelo, crescimento de vendas. Mas, mais uma vez, aqui vem a matemática da Califórnia. Ainda está perdendo uma tonelada de dinheiro. Se você compra [a ação], está comprando um mercado em alta, não uma empresa.