Economia e mercado 08 Jun
Apesar de uma tentativa de acordo vinda da Huawei, que estaria disposta a assinar um acordo anti-espionagem, o humor do presidente Donald Trump com a gigante chinesa não parece ter melhorado. Isso porque o comandante norte-americano desmentiu até mesmo seu Secretário do Tesouro sobre as razões do banimento da empresa.
Steven Mnuchin, secretário do Tesouro dos Estados Unidos, disse em entrevista à emissora CNBC que as preocupações do país com a Huawei são de segurança nacional. E Trump não gostou da declaração já que, pouco tempo depois, o próprio presidente ligou para a CNBC e disse que a principal motivação é econômica e depois vem a segurança nacional.
Eu vejo isso como uma ameaça. Ao mesmo tempo, poderia ser muito bom fazermos algo com a Huawei como parte da negociação comercial com a China. A China quer fazer um acordo. Eles querem fazer um acordo muito mais do que eu quero"
Donald Trump, em entrevista à CNBC
A declaração mostra o comportamento dúbio do presidente que, embora veja a empresa como uma ameaça, acredita que lidar com a Huawei possa fazer parte de uma negociação com o país asiático, com quem trava uma guerra comercial e ideológica. Além disso, vai na contramão da fala de seu secretário. Não é a primeira vez que um desmentido acontece vindo da Casa Branca, em movimento para minar sua equipe.
Pouco depois de assinar o decreto que incluía a gigante chinesa na lista de empresas vetadas de negociar com o país e culminou no fim da parceria com o Android, Trump disse que poderia incluir a situação da Huawei em um acordo comercial com a China, mas que a empresa é perigosa, tudo na mesma frase.
Todo o problema envolvendo Estados Unidos e Huawei vem das acusações de espionagem do governo chinês utilizando equipamentos 5G da companhia, algo que nunca foi suficientemente comprovado pela gestão Trump e sempre negado pela empresa, embora a Huawei nunca negasse sua ligação com o governo chinês. Com as declarações, o presidente dos EUA atesta que sua questão com a empresa asiática está mais ligada à sua política de privilegiar a economia norte-americana do que de riscos à segurança da população.
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