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Dólar alto pode trazer sérios impactos aos preços de celulares e eletrônicos no Brasil | Editorial

12 de março de 2020 36

Nesta quarta-feira, o dólar rompeu a marca – até então considerada tão inalcançável – dos R$ 5, pela primeira vez na história, e preocupa vários setores da economia brasileira. A Ibovespa – bolsa brasileira – sofreu o quarto chamado circuit break na semana – segundo apenas nesta quinta-feira (12) –, ao ter uma queda maior que 10%. O procedimento consiste no fechamento do pregão por um determinado tempo. Ele também ocorreu há poucas horas na bolsa de Nova York, ao baixar mais de 7%.

Um dos principais afetados por isso é o segmento de eletrônicos, em suas várias vertentes. O mercado de smartphones consiste em um que sofre alterações diretas da moeda norte-americana e dos problemas econômicos.

Entre os principais motivos para tantas mudanças, está a pandemia de coronavírus pelo mundo. Além disso, outros fatores políticos internos e externos têm efeitos diretos sobre a variação financeira. Entenda mais a seguir:

Dependência do dólar no comércio e na indústria

Importação

Grande parte dos produtos consumidos no Brasil são provenientes de fabricação em países estrangeiros. Somente nos celulares, marcas como Xiaomi e Huawei têm suas operações oficiais no país, mas preferem trazer seus aparelhos de fora.

Além disso, a presença de importadores independentes – os quais compram os dispositivos de outros locais e revendem no Brasil – vem em constante crescimento no mercado nacional, nos últimos anos.

Os impactos vão além do smartphone e expandem para setores promissores, como o de casa conectada. Empresas como Google e Amazon, por exemplo, também optam por importar suas respectivas linhas de caixas de som inteligentes, Nest Mini e Echo.

Neste caso, o dólar afeta de forma direta na compra das mercadorias ou no processo para trazê-las ao Brasil. Mas não é o único impacto.

Os impactos da alta do dólar se refletem diretamente nos produtos importados | Imagem: Reprodução

Produção nacional

Se você pensa que a produção no Brasil não sofre efeitos da alta da moeda norte-americana, engana-se. Por mais que a etapa de fabricação em muitas empresas ocorra dentro das terras tupiniquins, vários dos componentes vêm de outros países.

Com a necessidade da compra de peças criadas fora do Brasil, dentro da cotação do dólar, os custos de fabricação de eletrônicos – em especial, smartphones – sobe de maneira exponencial e, como consequência, exige das empresas um aumento nos preços cobrados dos consumidores, para manter suas margens de lucro.

Devemos entender ainda que atualmente as cadeiras produtivas são integradas a nível mundial. A indústria chinesa teve um “boom” conforme o mercado de eletrônicos exigia peças cada vez menores, potentes e mais baratos. As fábricas brasileiras se aproveitaram disso e passaram a trazer os componentes de fora.

Influências do coronavírus

Empresas paradas e falta de suprimentos

Há um agravante no mercado de eletroeletrônicos que afeta tanto a importação direta de produtos industrializados quanto a fabricação nacional. Países como a China interromperam boa parte das suas indústrias, devido ao surto de coronavírus. Essas localidades – principalmente a província de Hubei, epicentro da doença – representam grande parte da produção no segmento tecnológico.

A falta de suprimentos ou diminuição no estoque faz valorizar o pouco que pode ser obtido ou suspende as máquinas que dependem desse material, como informações de meados de fevereiro afirmam ter acontecido com as operações nacionais de Samsung e Motorola, por exemplo.

Muitas indústrias estrangeiras também têm adotado uma produção sob demanda. Ou seja, somente produzem os componentes conforme o pedido dos seus clientes. Sem o funcionamento normalizado nem peças armazenadas, a escassez fica maior, gera desequilíbrio na economia e, consequentemente, no câmbio.

Epicentro do coronavírus, cidade de Wuhan - na província de Hubei - tem grande importância na indústria de produtos tecnológicos | Imagem: Reprodução

Pandemia e investimentos

Questões de saúde requerem medidas drásticas em diversos setores, como o financeiro. O surto do Covid-19, o qual virou epidemia – quando os casos aumentam consideravelmente –, já é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma pandemia – ocorrências ao redor do mundo de forma simultânea – desde essa quarta-feira (11).

O aumento nos casos da doença gera redução nas atividades econômicas das empresas, o que leva a arrecadar menos dinheiro. Consequentemente, prejudica as movimentações globais.

A cada informação nova sobre o avanço do coronavírus, o câmbio e as bolsas reagem com sequências de negativas – como foram os casos das quatro suspensões no pregão da Ibovespa, ao longo da semana, e do circuit break na bolsa de Nova York, nesta quinta-feira (12).

Para completar, o dólar reagiu à pandemia com um pico de R$ 5,01 nesta manhã. É o maior valor histórico da moeda americana e a primeira vez que ultrapassa a barreira dos R$ 5.

Guerra do petróleo

Outro fator externo que impactou no valor elevado do dólar é a guerra do petróleo travada por Rússia e Arábia Saudita. Na última segunda-feira (9), o preço do petróleo do tipo Brent despencou cerca de 30% e foi de US$ 45 para US$ 31,52.

Uma das causas teria sido a decisão do país árabe de aumentar sua produção e fornecer descontos de até 20% sobre o petróleo bruto, para mercados selecionados. O país é considerado o maior exportador de petróleo do mundo, com capacidade de produção superior a 12 milhões de barris por dia – além de flexibilidade para oscilar a sua produção.

Após corte de custos do petróleo em 2014, formou-se o grupo Opep+ em 2016, com o objetivo de permitir um gerenciamento nas diminuições na produção para voltar a ter preços maiores. Contudo, a Rússia – um dos membros da organização – recusou a proposta de mais cortes para conter os problemas gerados pelo coronavírus.

A intenção de Moscou seria colocar à prova a indústria petrolífera norte-americana, além de esperar todos os efeitos do Covid-19 para poder agir. Como os sauditas também teriam o foco nas companhias dos Estados Unidos, segundo especialistas, uma guerra de valores pode surgir entre os dois países – Arábia Saudita e Rússia. Como resultado, as bolsas de países produtores e de petrolíferas têm registrado quedas – inclusive, com a maior baixa da Petrobras em 34 anos.

Política brasileira

A economia dos países é formada, principalmente, por capital especulativo – aquele obtido por meio de lucros em investimentos. No Brasil, não é diferente. Com uma economia instável e incerta, os investidores ficam mais receosos de aplicar sua verba no país.

Até a última sexta-feira (6), a B3 – bolsa de valores brasileira – já tinha registrado uma retirada de R$ 44,798 bilhões por aplicações estrangeiras. Na prática, isso reflete em uma quantidade menor de dólar em circulação no mercado brasileiro – o que aumenta a diferença de valores em relação ao Real.

Economistas também consideram outros fatores relacionados à política brasileira para a alta do dólar. No Poder Executivo, declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a “ida de empregadas domésticas para a Disneylândia” com a moeda americana baixa no passado ou a falta de iniciativas de controle do chamado “câmbio flutuante”, como a manutenção da taxa de juros a 4,25% ao ano, são exemplos de influências do atual governo nas condições atuais.

Por outro lado, o Legislativo precisará de agilidade para levar a frente as reformas administrativa e tributária, visto que somente a reforma da previdência não é suficiente para o país ir no contrafluxo dos fatores externos que prejudicam a nossa economia.

Expectativas para o futuro

Dadas as condições atuais da economia no Brasil e no mundo, a principal aposta para amenizar o mercado nacional de smartphones é a diminuição do coronavírus na China. Nesta quinta-feira (12), o país asiático decretou o fim do pico do surto, e o número de novo casos tem registrado reduções.

Com a melhora da saúde no território chinês, as fábricas locais poderão voltar a operar sem maiores problemas nos próximos meses – o governo do local pretende ter a epidemia sob controle até o final de abril, como declarou a Comissão Nacional de Saúde da China. Isso traria de volta os suprimentos e os produtos finais para grande parte do globo terrestre, inclusive o Brasil.

O reestabelecimento da cadeia produtiva pode ser o caminho mais próximo para uma “trégua” na economia, no valor do dólar e no preço dos smartphones.

Editorial


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