Economia e mercado 27 Mar
Nova sondagem realizada pela Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) mostra que a pandemia de COVID-19 afetou negativamente 97% da indústria de eletroeletrônicos do país.
Das empresas ouvidas, 54% delas relatou impactos intensos e outras 43% revelam efeitos moderados. Apenas 3% não viram consequências desfavoráveis em sua operação. Neste universo, quase metade delas (47%) já enfrentam paralisação parcial ou total, número maior que o observado em sondagens anteriores - progressão de 6% para 24% antes dessa pesquisa.
Das que estão paralisadas, 20% estão totalmente sem operações e outras 80% estão com funcionamento parcial. Outras 5% têm paralisação parcial programada com data definida. Contudo, apesar de 36% das empresas não terem programado paralisação, a continuidade desse status depende do tempo em que a situação de pandemia perdurar. Se passar do dia 22 de abril, é possível que esse percentual aumente.
Entre os principais entraves para o setor está o recebimento de componentes, que afeta 58% das indústrias, o custo dos fretes - percebido por 65% das empresas - e dificuldades com créditos, que afetou uma a cada três companhias ouvidas.
Chegada de insumos, não somente da China, mas de diversos outros países, está mais difícil. E não apenas por problemas em outros países, mas também por problemas locais decorrentes da chegada da pandemia ao Brasil. O custo observado do frete vai de 49% a até mais de 200%, o que afetou o custo de 54% das indústrias. Sobre crédito, as empresas avaliam que os bancos estão exigindo muitas garantias e oferecem juros elevados, inviabilizando o crédito.
A última pesquisa revela que os impactos da pandemia no setor produtivo são graves e o importante é que cada setor industrial tenha claro os protocolos que deverão seguir visando ao retorno mais eficaz e tentando minimizar os impactos desta crise sem precedentes"
Humberto Barbato, presidente da Abinee.
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