Ios 10 Fev
Um dos processos mais famosos da atualidade é o entre TikTok e Estados Unidos, que já até rendeu fechamento dos escritórios da rede de vídeos nos EUA. Entretanto dessa vez o processo é sobre outro portal de vídeos: o YouTube, que está sendo acusado de violar a privacidade de crianças ao coletar dados para exibir anúncios direcionados.
O valor do processo é enorme: 2,5 bilhões de libras, ou o equivalente a mais de 17 bilhões de reais, que estão sendo exigidos como indenização pelo escritório de advocacia internacional Hausfeld e a organização sem fins lucrativos de justiça tecnológica Foxglove.
A alegação é YouTube violou a Lei de Proteção de Dados do Reino Unido e o Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia (GDPR) ao coletar informações de até 5 milhões de menores para enviar anúncios direcionados sem o consentimento dos pais, o que é totalmente proibido pela LPDR para menores de 13 anos.
O valor da indenização renderia milhares de dólares a centenas de famílias britânicas, caso o portal seja condenado a pagar o valor. Duncan McCann, um dos pais de menores de 13 anos que está representando o processo argumentou:
“Quando a Internet surgiu, costumávamos ficar preocupados com a forma como as crianças a utilizavam. Isso ainda é um problema, mas agora é uma rua de mão dupla. Precisamos nos concentrar em como a Internet está usando nossos filhos."
Segundo McCann a grande preocupação vem de como o Google supervisiona aqueles que utilizam seus serviços e influenciam essas pessoas, o que seria inadequado para menores:
"É simplesmente impossível combater a atração e a influência do Google, que vem de seu poder de vigilância. Há um enorme desequilíbrio de poder entre nós e eles, e isso precisa ser corrigido. "
Em sua defesa o YouTube afirma que a plataforma não é destinada aos menores de 13 anos e que o YouTube Kids é o portal destinado a essa faixa etária, embora seja relativamente fácil acessar o portal, que não tem nenhuma restrição de idade geral, apresentando avisos apenas para certos vídeos.
Veja o comunicado do YouTube:
"O YouTube não é para crianças com menos de 13 anos. Lançamos o aplicativo YouTube Kids como um destino dedicado às crianças e estamos sempre trabalhando para proteger melhor as crianças e suas famílias no YouTube."
As audiências devem começar no fim de setembro, embora ainda seja difícil estimar quem ganharia essa briga, mas vale lembrar que o portal já enfrentou um processo similar em 2018.
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