Tech 21 Mar
Completando mais de um ano, a pandemia de COVID-19 tem declarada como seu epicentro a cidade de Wuhan, na China. Ainda não se sabe exatamente qual o ponto de partida da infecção, ainda que alguns estudos afirmem que um mercado de animais exóticos tenha sido o local de nascimento da doença.
Agora, com o mundo em meio à segunda onda de contaminação, uma notícia acaba de chegar da China. A jornalista Zhang Zhan, natural da cidade de Shanghai, foi condenada a 4 anos de prisão sob acusações de ter "propagado boatos" e de ter "provocado distúrbios" durante sua cobertura no início da crise.
Zhan divulgou em suas redes sociais imagens que mostravam o caos dos hospitais de Wuhan, o que contrariava as afirmações do governo chinês, que sempre alegou que a crise havia sido controlada com grande sucesso. Diante disso, a jornalista foi presa em maio. Ainda segundo seus advogados, a jovem protestou frente à situação com uma greve de fome, mas foi forçada a se alimentar por meio de uma sonda.
Os advogados afirmam ainda que Zhang Zhan está sendo silenciada pela China, que responde alegando que a repórter "espalhou desinformações" sobre a conduta do país na pandemia. Em entrevista à mídia internacional, que ficou de fora do julgamento, a defesa exprimiu preocupação acerca de sua cliente, que se "mostrava abatida" e que acreditava que poderia morrer na prisão.
Essa não é a primeira vez que a conduta do governo chinês frente à pandemia é questionada, havendo dois casos em destaque. O primeiro diz respeito a interrogatórios de profissionais de saúde que alertaram sobre o surgimento de um perigoso vírus misterioso no país, com a China acusando os médicos de "propagar boatos". Em fevereiro, um dos doutores, Li Wenliang, primeiro a lançar um alerta sobre o novo vírus, foi morto pela COVID-19.
O segundo veio à tona por meio do canal de notícias CNN, que recebeu de um denunciante anônimo um suposto documento oficial que denunciava os erros do governo chinês durante a crise. Um dos pontos mais críticos se refere à notificação de mortes, que, segundo o documento, registrava em 10 de fevereiro 5.918 casos, mais do que o dobro dos números oficiais.
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