Segurança 15 Mai
Atualização: (31/01/2021) - Por DB
A Xiaomi partiu para o contra-ataque após ser incluída na lista oficial de empresas que teriam ligação com o exército chinês. Para isso, entrou com uma queixa no Tribunal Distrital de Washington contra os Departamentos de Defesa e Tesouro dos EUA que, ainda durante a administração Trump, adicionou a empresa e outras oito companhias à lista.
Como efeito prático, investidores estadunidenses têm que se desfazer de seus ativos em um prazo definido, além da proibição de comércio e investimento em qualquer companhia citada no documento. A Xiaomi classificou a sentença como “ilegal e inconstitucional” e também garantiu que a empresa não é controlada pelo Exército de Libertação Popular, e essas restrições trariam danos imediatos e irreparáveis à Xiaomi.
Além disso, a empresa garante que 75% dos direitos de voto da Xiaomi são controlados por uma estrutura comandada pelos cofundadores, Lin Bin e Lei Jun, e há ainda um número substancial de acionistas vindos dos EUA, três dos dez maiores detentores de ações ordinárias, inclusive.
Outro argumento é de que a associação pública da Xiaomi com militares chineses prejudicaria significativamente a posição da empresa com parceiros e consumidores, com danos à reputação que não podem ser facilmente quantificados ou reparados. Fora a Xiaomi, a gestão Trump incluiu empresas como Advanced Micro-Fabrication Equipment, Luokong Technology, Beijing Zhongguancun Development Investment Center, Gowin Semiconductor, Grand China Aie, Global Tone Communication, China National Aviation Holding company e Commercial Aircraft Corporation of China.
Atualização: (15/01/2021) - por JS
Xiaomi: após entrar na "lista-negra" de Donald Trump, empresa chinesa se defende
Na noite de ontem (14), foi noticiado aqui no TudoCelular que a fabricante chinesa Xiaomi havia entrado para a "lista-negra" de empresa asiáticas que não são bem-vindas nos EUA, segundo Donald Trump.
Quando essa repulsa do até então presidente dos Estados Unidos se tornou pública, imediatamente as ações da empresa começaram a entrar em desvalorização, algo que afetou o preço de cada papel, que fechou o pregão com uma queda de 11%.
No perfil oficial da marca, a Xiaomi publicou uma carta onde ela expressa as opiniões a respeito do bloqueio comercial, onde deixa clara a dedicação da empresa em obedecer as leis e regulamentações impostas pelo país, mostrando que a prática é injustificável.
— Xiaomi (@Xiaomi) January 15, 2021
Caros parceiros e Mi fãs,
A Empresa observou que o Departamento de Defesa dos Estados Unidos divulgou um comunicado à imprensa em 14 de janeiro de 2021 (horário dos EUA) adicionando a Empresa à lista de entidades qualificadas preparada em resposta à seção 1237 da Lei de Autorização de Defesa Nacional para o ano fiscal de 1999 (o "NDAA").
A Empresa está em conformidade com a lei e operando em conformidade com as leis e regulamentos relevantes das jurisdições onde conduz seus negócios. A Empresa reitera que fornece produtos e serviços para uso civil e comercial.
A Empresa confirma que não pertence, é controlada ou afiliada aos militares chineses e não é uma "Empresa Militar Comunista Chinesa" definida no NDAA. A Empresa tomará as medidas adequadas para proteger os interesses da Empresa e de suas partes interessadas.
A Empresa fará novos anúncios como e quando apropriado.
Xiaomi Corporation, 15 de janeiro de 2021
Durante uma entrevista dada no dia 14, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, deu algumas informações em relação ao posicionamento da China no que diz respeito a essa criação de barreiras comerciais.
“O governo chinês sempre incentivou as empresas chinesas a realizarem cooperação econômica estrangeira de acordo com os princípios do mercado, regras internacionais e leis e regulamentos. O que nos opomos é a politização das questões econômicas e comerciais, o abuso do poder nacional, a generalização do conceito de segurança nacional e a supressão não provocada de empresas estrangeiras. Os Estados Unidos devem respeitar sinceramente os princípios da economia de mercado e da concorrência leal, cumprir as regras econômicas e comerciais internacionais e proporcionar um ambiente de negócios aberto, justo, justo e não discriminatório para empresas de vários países", disse Zhao.
Na prática, isso quer dizer que o governo chinês também não entende as razões para os EUA estar realizando essa ação de remoção da representação corporativa da China no país norte-americano, já que o foco das empresas é sempre adaptar o modo de trabalho ao que é executado no local onde estão sendo inseridas.
Embora ainda não existam novidades sobre quais decisões em relação às empresas chinesas vão ser mantidas no próximo governo, poder ser nas próximas semanas a Xiaomi consiga reverter o quadro e voltar a ter a valorização de mercado prevista.
Matéria original - 14/01/2021
O governo do presidente Donald Trump deu mais um passo em sua ofensiva contra companhias de origem chinesa e adicionou mais nove empresas à lista de restrições comerciais dos Estados Unidos.
Com apenas mais seis dias de seu mandato presidencial, o republicano ampliou a lista de restrições comerciais a empresas chinesas e adicionou mais nove nomes a lista de supostas empresas militares chinesas. Entre elas, estão a companhia de aviões Comac e a Xiaomi – uma das principais fabricantes de smartphones da China e do mundo.
As ofensivas norte-americanas a empresas chinesas já acontecem desde meados de 2019 e uma das principais vítimas do governo Trump foi a Huawei, que perdeu diversos contratos e fornecedores graças à pressão estadunidense. Um dos maiores prejuízos da empresa foi a perda de parceiros como a taiwanesa TSMC e o Google. Como reflexo disso, a companhia está impedida de utilizar aplicativos e serviços da gigante das buscas, como o Gmail, Google Play Store e o Google Maps, por exemplo.
Desde então, a Xiaomi passava incólume à todas ameaças contra empresas chinesas feitas pelo governo Trump. No entanto, nessa quinta-feira (14), a empresa foi mais uma das empresas ao sofrer com a pressão norte-americana, ao lado de outras oito de suas conterrâneas.
Até o momento, não há informações sobre quais serão os impactos sobre a Xiaomi neste primeiro momento, mas a lista prevê que empresas ou investidores estadunidenses desfaçam seus contratos e participações nas empresas nela inclusas até o dia 11 de novembro de 2021. Com isso, é possível esperar que, ao longo dos meses, a gigante asiática comece a sofrer os mesmos prejuízos comerciais que sua rival, Huawei, teve no último ano.
Vale lembrar que, recentemente, outra empresa a ser inclusa na lista de restrições comerciais foi a fabricante de drones e acessórios para câmeras DJI, que se defendeu das acusações estadunidenses pouco depois do anúncio.
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