Economia e mercado 23 Nov
A Indústrias Nucleares do Brasil (INB), órgão governamental especializado, inaugurou na última semana a 9ª cascata de ultracentrífugas dedicada à produção de energia nuclear da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio. A cerimônia ocorreu na última sexta-feira (26) na Fábrica de Combustível Nuclear, localizada em Resende (RJ).
A energia nuclear por enriquecimento de urânio consiste em aumentar a concentração de um isótopo do elemento químico para induzir o processo de fissão do núcleo, gerando energia que atualmente é responsável por abastecer as usinas Angra 1 e Angra 2, em Angra dos Reis (RJ). O INB espera que essa técnica passe a alimentar a usina Angra 3 em 2037.
Com a nova cascata de ultracentrífugas, Angra 1 terá sua capacidade aumentada em 5% para suprir a demanda energética do estado do Rio de Janeiro, contribuindo para a atenuação dos efeitos da crise hídrica, que causou um aumento de 52% nas tarifas.
De acordo com Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia, esse é um novo passo rumo ao objetivo do Programa Nuclear Brasileiro, que visa ampliar a matriz energética do país com o apoio da técnica de manipulação nuclear do urânio e reforçar o comprometimento do Brasil com a produção de energia limpa.
A inauguração é parte da primeira fase do desenvolvimento da Usina de Enriquecimento de Urânio Isotópico, que com um investimento de R$ 54 milhões, consiste na instalação de dez cascatas na Fábrica de Combustível Nuclear até 2023.
Em seguida [à conclusão da primeira etapa], partiremos para a implantação da segunda fase, que prevê a instalação de trinta cascatas de ultracentrífugas.
Carlos Freire
Presidente da Indústrias Nucleares do Brasil.
Atualmente, Angra 1 e Angra 2 são capazes de gerar energia suficiente para alimentar uma cidade grande com 3 milhões de habitantes. Com as dezenas de cascatas de ultracentrífugas e a instalação de Angra 3, o Brasil será autossuficiente na indústria de urânio enriquecido.
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