A Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) anunciou na última quarta-feira (22), que conduzirá um estudo em parceria com o Instituto Sabin para entender se doses menores de vacinas contra a covid-19 conseguem manter a resposta imunológica com reações adversas menores.

Conforme explica e entidade, reduzir a posologia das aplicações permitiria estender a oferta de imunizantes utilizando a mesma quantidade de insumos para produção, mudança que deve ser especialmente aproveitada por países pobres — locais em que menos de 20% da população se vacinou — e regiões que ainda sofrem com escassez de vacinas contra a doença.

Segundo informações da Agência Fiocruz, a instituição recebeu um aporte equivalente a R$ 32,7 milhões da Coalizão para Promoção de Inovações (Cepi, na sigla em inglês), organização internacional que financia projetos científicos, para o desenvolvimento do estudo clínico sobre doses menores no Brasil e Paquistão.

No total, 1.440 voluntários serão recrutados para participarem da pesquisa nesses dois países com acompanhamento durante seis meses pela equipe de cientistas para identificar os efeitos da diminuição na dosagem; as vacinas escolhidas foram a Pfizer (dose cheia, metade ou um terço), AstraZeneca (dose cheia ou meia) e Coronavac (dose cheia).

O estudo utiliza a metodologia cega, isto é, tanto a equipe (a maioria) quanto os participantes não sabem qual imunizante foi administrado no paciente. A pesquisa será conduzida em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e a Secretaria Municipal de Saúde do MT.

De acordo com o comunicado, agentes de saúde da Fiocruz buscarão brasileiros que ainda não receberam a dose de reforço para participarem do acompanhamento científico.

Com a pandemia, houve uma pressão muito grande por um imunizante que fosse eficaz. Estávamos numa situação em que não poderíamos correr o risco de falhar. Mas estamos num momento agora em que temos a oportunidade de otimizar essa dose.”, explica Denise Garrett, vice-presidente de Epidemiologia Aplicada do Instituto Sabin de Vacinas.

Matéria retificada às 12h12 de 27 de junho de 2022

Correção: a parceria foi feita com o Instituto Sabin e não SBIn.

Como está a vacinação contra covid-19 na sua cidade? Conta pra gente, comente!