Economia e mercado 10 Ago
Atualização (11/08/22) - JB
Após um rumor indicar que o governo indiano se prepara para proibir que fabricantes chinesas vendam smartphones de baixo custo no país, fontes no governo local negaram que existam estudos para uma medida do gênero.
O posicionamento de Nova Déli foi reforçado nesta quinta-feira por meio de uma reportagem na TV estatal. De acordo com assessores do governo, por mais que as fabricantes chinesas dominem 66% do mercado de aparelhos com preço abaixo dos 12 mil rúpias (~R$ 768), isso não é motivo para retirá-las do segmento.
Além disso, essas mesmas pessoas afirmam que o ministério das relações exteriores da China entrou em contato pedindo um "ambiente de negócios não discriminatório para empresas chinesas de smartphones".
Comentando o assunto, o principal executivo da realme Índia, Madhav Sheth, disse que não há motivos para se preocupar. Ele ainda destacou que sua empresas e outros players chineses são os maiores investidores da iniciativa "Make In Índia", algo que ampliou o número de empregos no país.
Por enquanto, o governo indiano segue sem emitir um posicionamento oficial.
Texto original (09/08/22)
De acordo com informações obtidas pela Bloomberg, a Índia cogita proibir que fabricantes chinesas vendam smartphones que custem menos de 12 mil rúpias (~R$ 771). Pessoas que possuem acesso aos planos de Nova Déli afirmam que a medida está sendo estudada para "reanimar a economia doméstica".
Atualmente, dados da Counterpoint indicam que 80% dos smartphones vendidos no mercado indiano custam menos de 12 mil rúpias, sendo que a nova restrição pode ferir de morte empresas como Xiaomi, OPPO, OnePlus, realme e vivo.
Isso porque apenas fabricantes locais poderiam atuar no mercado de celulares de baixo custo. Ou seja, a medida é totalmente protecionista e busca eliminar a concorrência chinesa do segundo maior mercado de smartphones do mundo.
Caso seja implementada, a nova regra não afetaria Apple e Samsung, uma vez que ambas tem um posicionamento de mercado menos agressivo e praticam preços relativamente mais altos.
A nova determinação do governo indiano aparentemente foi pensada para beneficiar empresas como Lava e MicroMax, que antes tinham metade do mercado local de smartphones graças a venda de modelos de baixo custo.
Por enquanto, o governo indiano não confirma a veracidade da informação, mas não é bem novidade que o país tem começado a dificultar a vida de fabricantes chinesas.
O departamento de receita do país já fez operações contra Xiaomi e vivo por suposta "evasão fiscal" e "remessas ilegais" ao exterior. Além disso, a Índia também tem ampliado a quantidade de regulamentos que atingem essas empresas, algo que torna a operação muito mais cara.
Comentários