Economia e mercado 26 Ago
No início de agosto, a Sony se posicionou contra a aquisição da Activision pela Microsoft temendo que jogos, como Call of Duty, se tornem exclusivos do Xbox. Hoje a empresa de Redmond resolveu se posicionar novamente, após já ter afirmado que os jogos da Activision Blizzard "não são obrigatórios" para a concorrência.
A resposta da Microsoft às alegações da Sony foi dada ao CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) no Brasil em um documento de 27 páginas, onde a empresa disse:
Não surpreendentemente, a Sony foi o único terceiro a transmitir uma opinião pública materialmente diferente da Microsoft/Activision Blizzard e dos terceiros em relação à análise competitiva da transação.
Além disso, a empresa dona do Xbox enumerou cinco motivos que tornam o posicionamento da Sony incorreto a respeito da aquisição:
- Não faz parte da estratégia da Microsoft remover conteúdo dos jogadores, e COD ainda estará no PlayStation como um título pago;
- Os dados mostram que os jogadores veem os serviços de assinatura como apenas uma forma de pagar pelos jogos;
- A alegação da Sony ignora a “natureza dinâmica” dos serviços de assinatura e o fato de a Sony também ter seus próprios;
- Existem vários outros canais de distribuição de jogos e serviços de assinatura, muitos dos quais incluem conteúdo que não está disponível no Xbox;
- O quinto argumento foi redigido.
Outro ponto interessante do documento é o trecho onde a Microsoft acusa da Sony de tentar reduzir a concorrência no seu modelo de negócios:
O clamor público da Sony sobre jogos de assinatura e a resposta da empresa são claros: a Sony não quer que serviços de assinatura atraentes ameacem seu domínio no mercado de distribuição digital de jogos de console.
Em outras palavras, a Sony se contrai da introdução de novos modelos de monetização capazes de desafiar seu modelo de negócios.
Esse trecho entra em conflito com o dito anteriormente pela japonesa, que afirmou que levaria anos para e uma grande quantidade de dinheiro para que o PS Plus pudesse se tornar um rival do Xbox Game Pass.
O comunicado ainda menciona a nota da Sony a respeito de Call of Duty, dizendo que "o jogo não é uma categoria de jogos em si" e que o PlayStation também tem a sua base de jogadores fiéis ao seu console e seus jogos, pois a Sony também tem seus títulos exclusivos há anos e emprega a mesma estratégia utilizada nas acusações mais recentes contra o Xbox.
Por fim, a Microsoft ainda diz que a Sony tem pagado desenvolvedores para que eles não adicionem seus jogos no Game Pass, visando assim reduzir a concorrência do serviço que torna jogos mais acessíveis e motivar a venda de títulos para PlayStation.
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