Economia e mercado 08 Nov
Os deepfakes podem até ter seu lado lúdico, com pessoas usando filtros em redes sociais para verem seus rostos, ou de outras pessoas, em situações inusitadas. Mas à parte algumas risadas, conforme a tecnologia se aprimora, esse recurso pode ser muito perigoso. Agora, surgiu mais um caso de hackers usando deepfakes para enganar as pessoas — dessa vez, o diretor de comunicação da Binance, uma grande corretora de criptomoedas, Patrick Hillman, foi a vítima.
Golpistas usaram o deepfake para copiar seu rosto para usá-lo em videoconferências para realizar reuniões das quais ele nunca participou — nem presencialmente, nem pela internet. Ele começou a entender o que estava acontecendo quando começou a receber mensagens de líderes de vários projetos de criptomoedas agradecendo por encontros até então desconhecidos dele.
Hillmann compartilhou uma captura de tela das mensagens enviadas pelo LinkedIn com um suposto empresário dizendo ao executivo da Binance que alguém havia elaborado um holograma seu. O diretor de comunicação, então, escreveu que uma equipe de hackers usou entrevistas antigas dele na internet para criar um deepfake.
Hillman escreveu em uma postagem no site da Binance que “além dos 15 quilos que ganhei durante a [o período da pandemia] Covid-19 estarem visivelmente ausentes, esse deepfake foi refinado o suficiente para enganar vários membros da comunidade cripto altamente inteligentes”.
O executivo dessa que é uma das maiores corretoras de criptomoeda do mundo não divulgou quantos desses projetos de criptomoedas foram enganados, mas aparentemente houve uma onda de hackers fingindo serem funcionários da empresa em várias redes sociais — incluindo Twitter, LinkedIn e Telegram.
Nesse golpe, as contas pediam que os empresários pagassem uma taxa pela honra de ter seus projetos listados na Binance. O problema se tornou comum o suficiente para que a Binance tenha uma ferramenta para verificar se uma fonte realmente representa a corretora.
Segundo relatório do FBI, usuários estão sendo regularmente enganados por aplicativos de criptografia falsos, somando prejuízos de cerca de US$ 42 milhões ao todo em 2021.
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