Economia e mercado 05 Set
A escassez de chips paralisou muitas fábricas brasileiras nos últimos meses, principalmente no setor automotivo. Por isso, o governo federal se juntou aos representantes da indústria para buscar empresas que possam fabricar chips no país.
De acordo com o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, o grupo deve visitar o Japão em busca de interessados em se estabelecer no Brasil.
Temos reuniões agendadas no Japão e também promoveremos encontros, mesmo que virtuais, com investidores de outros países da Ásia para discutir esse tema.
A movimentação do governo brasileiro também segue uma tendência mundial de evitar a total dependência de chips produzidos em Taiwan, uma vez que a ilha pode ser alvo de uma ação militar chinesa.
O executivo ainda destacou que, mesmo que o custo da produção nacional seja maior, será melhor ter o componente disponível do que não ter chip algum. Por isso, ele também comentou a situação da Unitec, uma fabricante local de chips que atualmente está inoperante.
Localizada na região de Ribeirão das Almas, em Minas Gerais, a Unitec poderia ser adquirida por alguma empresa estrangeira para acelerar a produção local.
Essa viagem ao Japão é a nossa primeira ação concreta com vistas a ter produção local de semicondutores, mas temos outras oportunidades no radar.
Para Leite, o prédio e até mesmo os equipamentos da Unitec podem entrar em operação de forma ágil, sendo que essa seria a solução ideal para o mercado brasileiro de automóveis.
Algumas máquinas foram vendidas, mas outras ainda estão lá e em condições de uso. Temos o compromisso do governo brasileiro de que sairá uma regulamentação nas próximas semanas para tornar viável a produção local de semicondutores. Nos comprometemos, inclusive, a levantar os incentivos existentes em outros países como contribuição para a definição de um projeto brasileiro.
Cabe lembrar que recentemente o ministro da economia, Paulo Guedes, chegou a comentar que o mercado brasileiro precisa ter produção local de chips.
Ninguém mais quer correr o risco de ficar vulnerável, deixar 70% da produção de componentes em Taiwan
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