Economia e mercado 27 Set
O CTO da Nokia na América Latina, Wilson Cardoso, prevê a chegada de um grande gargalo tecnológico em 2025, quando, estima, a Lei de Moore chegará ao ápice. Isso deve levar a um novo modelo comercial para a rede de fibra óptica.
Em entrevista ao site TeleSíntese, Cardoso disse que a indústria tecnológica global já atingiu o limite da miniaturização, com a produção de transístores de 1 nanômetro, que devem entrar em produção na escala comercial em 2025.
Com isso, toda a indústria de telecomunicações, informática e quem mais precisar crescer em receitas vendendo mais capacidade de processamento e velocidade, precisará se adaptar. E isso também vai impactar sobre as redes de fibra.
Para contextualizar, a chamada "Lei de Moore" trata da relação entre tamanho, capacidade de processamento e custo de produção de chips. Segundo ela, a indústria consegue dobrar a quantidade de transistores em um mesmo chip a cada dois ou mais anos.
“Então será preciso rever a arquitetura da rede para um novo modelo”, chamou a atenção o executivo, durante o evento Furukawa Summit 2022, que é realizado em Atibaia (SP).
Ainda segundo Cardoso, não há uma resposta definida para o futuro, mas a Nokia acredita que a alternativa deve ser a ampliação da capilaridade das redes de fibra óptica e distribuir o processamento de dados ao longo de sua extensão.
O executivo aponta ainda que as redes ópticas vão acabar convergindo, com as neutras e operadoras que hoje têm infraestrutura própria, integrando suas linhas entre si, criando uma rede única por onde passa o tráfego de todas.
“Isso acontece por enquanto só no Reino Unido, que é o país com maior penetração de fibra óptica da Europa. A Ofcom [regulador local] determinou incentivos ao compartilhamento de fibra. A remuneração no caso se dá com base no investimento, e não no uso da rede”, explicou ao site TeleSíntese.
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