Samsung e TSMC, duas das maiores empresas no ramo de semicondutores, podem estar com dificuldade para aumentar suas capacidades de produção de chips em 3 nanômetros. As informações partem de uma reportagem divulgada pelo DigiTimes Asia na terça-feira (27) e apontam os possíveis obstáculos que as companhias enfrentam.

Segundo a mídia asiática, os fatores que geram problemas em toda a indústria de tecnologia continuam entravando a produção de semicondutores. Tensões políticas e baixa demanda global por novos produtos eletrônicos são contratempos que impedem a fabricação de hardware com transistores de 3 nanômetros em maiores escalas.

Além de questões econômicas, a Samsung pode estar com dificuldades técnicas na transição. Cabe lembrar que a sul-coreana substituirá a arquitetura FinFET — utilizada em suas soluções de até 4 nanômetros — pelo Gate-All-Around (GAA), que permitirá um agrupamento mais denso de transistores no chip e, portanto, mais desempenho e eficiência.

Especula-se que a empresa não está recebendo muitas encomendas de chips em 3 nanômetros. O Google, aparentemente, é a única empresa que mostrou interesse na nova geração de semicondutores da sul-coreana, mas a baixa demanda global por celulares da linha “Pixel” pode não ser suficiente para estimular um aumento na produção.

A TSMC também pode estar com empecilhos técnicos em seus projetos, uma vez que a taiwanesa esperava fornecer suas primeiras soluções em 3 nanômetros com arquitetura FinFET a partir do segundo semestre de 2022, mas adiou seus planos. A Apple e Intel seriam as primeiras clientes da fundição a utilizarem essa matéria-prima.

Entre outros clientes de renome da maior fornecedora de semicondutores do mundo, a AMD também está estreitando seus laços com a TSMC — que investiu mais de US$ 100 bilhões na nova tecnologia — e deve garantir lotes de wafers em 3 e 2 nanômetros para seus processadores de futuras gerações.

A concorrência entre as fundições é acirrada, mas a correnteza parece mais favorável à TSMC nos últimos anos. Em setembro, descobrimos que a Qualcomm e MediaTek — as duas maiores fornecedoras de chips para smartphones e tablets — encerraram sua parceria com a Samsung para migrar ao processo da taiwanesa.