Economia e mercado 02 Set
O Google pagou uma quantia milionária à Activision Blizzard e Riot Games para que as desenvolvedoras não criem lojas de aplicativos para o Android, de acordo com um documento judicial redigido da Epic Games. Conforme analisado pelo Bloomberg na quinta-feira (17), o valor pago pela big tech seria de aproximadamente US$ 360 milhões.
O documento é capítulo de uma longa disputa antitruste entre a Epic Games e o Google, na qual a desenvolvedora de jogos criadora do Fortnite acusa a big tech de desempenhar práticas anticompetitivas com a Play Store, a loja de aplicativos oficial do Android. A empresa afirma em sua acusação que o pagamento ocorreu ao longo de três anos.
O período teria coincidido com a época em que a Activision planejava a criação de uma loja de jogos para dispositivos com Android. “O Google entendeu que seu acordo efetivamente garantiu que a Activision abandonasse seus planos de lançar uma loja de aplicativos concorrente, e o Google pretendia esse resultado”, afirma a denúncia.
A Epic Games acrescenta que, em março de 2020, o Google também firmou um acordo com a Riot Games — famosa por assinar o League of Legends — com o pagamento de US$ 30 milhões para que a desenvolvedora de jogos não criasse sua própria loja de aplicativos. A Tencent preferiu não comentar sobre o assunto.
Em e-mail ao Bloomberg, um porta-voz o Google afirmou que a Epic Games distorceu a natureza de seus negócios com a Activision e Riot Games.
A big tech adiciona que o programa associado a esses acordos de jogos para celulares e tablets com Android — conhecido como “Projeto Hug” — foi pensado para dar incentivos aos desenvolvedores e fornecer acesso antecipado para novos aplicativos diretamente na Play Store, portanto, o acordo seria alheio à existência de lojas de terceiros.
A Activision trata as acusações da Epic Games como “absurdas”. “Confirmamos que o Google nunca nos pediu ou nos pressionou ou nos fez concordar em não competir com a loja de aplicativos”, disse um porta-voz da desenvolvedora de jogos, que está em um processo de aquisição pela Microsoft desde janeiro de 2022.
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