Economia e mercado 21 Nov
Com o aumento dos bloqueios comerciais contra fabricantes chinesas de memória, o governo chinês começa a buscar alternativas para acelerar a sua indústria de semicondutores. Comentando o assunto, Cao Haitao, professor da Universidade de Minjiang, deu uma sugestão polêmica para Pequim.
De acordo com o pesquisador, está na hora do governo chinês obrigar fabricantes locais de smartphones e outros eletrônicos a usarem chips 100% chineses. Na visão do professor, o sistema deveria ser implementado na forma de cotas, sendo que a primeira etapa começa com 30% dos aparelhos usando semicondutores nacionais.
Além disso, em caso de descumprimento, as fabricantes podem ser punidas, sendo que isso pode ser feito por meio da taxação de até 400% de chips que possuem tecnologia dos Estados Unidos.
Na visão de Cao, a intenção da medida "enérgica" é incentivar o mercado local de semicondutores, uma vez que grande parte das fabricantes chinesas possuem forte presença global.
Assim, além de popularizar os chips chineses, a medida também vai fazer com que entre mais dinheiro no caixa das fabricantes de chips, algo que deve resultar em mais investimento em pesquisa e desenvolvimento.
O professor também ressaltou que a produção de chips está acabando com os recursos hídricos de Taiwan e isso pode ser uma boa vantagem para a China.
Já Chen Keming, ex-diretor do Instituto de Pesquisa de Taiwan, disse que a TSMC não é mais uma empresa taiwanesa. Para ele, 80% da companhia está nas mãos de estrangeiros, enquanto que apenas 20% fica com seus compatriotas.
Com isso, 80% do lucro da companhia vira remessa ao exterior e Taiwan fica apenas com os problemas ambientais.
Por enquanto, o governo chinês ainda não respondeu a sugestão de Cao, mas fontes dizem que Pequim já trabalha há algum tempo com a possibilidade de implementar uma cota para chips chineses.
Comentários