Segurança 27 Jan
De caráter endêmico, a dengue é um dos maiores problemas de saúde no Brasil, sendo responsável por grandes gastos e perdas ano após ano. Mas ao que parece, há uma luz no fim do túnel.
Com prazo de conclusão para 2024, uma potencial vacina contra a doença já está em fase avançada de desenvolvimento, sendo testada em sua eficácia e segurança em um grande estudo de Fase 3 com mais de 16 mil brasileiros participantes.
Iniciado em 2009, o estudo do Instituto Butantan em parceria com o National Institute of Health (NIH) e a American Type Culture Collection (ATCC) – ambas organizações de saúde dos Estados Unidos – tem acumulado evidências sobre os efeitos do imunizante.
De acordo com resultados preliminares, a eficácia geral da vacina está sendo estimada em 79,6%, mas os pesquisadores já descobriram que ela pode reagir de forma diferente de acordo com o histórico do voluntário. Para quem já teve a doença antes, a taxa de proteção sobe para 89,2%. Para quem não teve, o número cai para 73,5%.
Usando a técnica do vírus atenuado (enfraquecido), a potencial vacina contra a dengue induz o corpo a produzir anticorpos sem causar a doença e com pouquíssimas reações adversas. A versão em testes é tetravalente, sendo capaz de proteger contra os quatro sorotipos mais comuns do vírus (Denv-1, Denv-2, Denv-3 e Denv-4).
Até o momento, apenas os resultados da Fase 2 foram publicados, disponíveis na revista científica The Lancet Infectious Diseases. Para a terceira e última fase do estudo, atual fase de desenvolvimento da vacina, foram recrutados 16.235 voluntários com idade entre 2 e 59 anos. Como é um estudo duplo-cego, 10.259 pessoas receberam uma dose única do imunizante enquanto o restante tomou apenas um placebo.
Segundo o Ministério da Saúde, até o início deste mês de dezembro, o Brasil já registrou 1,4 milhão de casos e 978 óbitos em decorrência da dengue.
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