O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sancionou na última terça-feira, 1º de fevereiro, o Projeto de Lei (PL) 1.180/2019 que prevê a distribuição da cannabis medicinal através do Sistema Único de Saúde (SUS). Apoiador do ex-Presidente Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio se mostrou favorável ao fornecimento da substância aos pacientes com prescrição médica.

De acordo com o texto aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o PL 1.180/2019 estipula que os cidadãos recebam em determinados casos as medicações produzidas a partir do canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC), ambos derivados da cannabis com comprovação de eficácia em paciente com autismo e epilepsia (convulsão).

Em 2015 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a importação de remédios com substância ativa proveniente da cannabis, mas o alto preço inviabilizada a aquisição dos medicamentos. Na época, essa substância ainda não estava sendo cotada para oferta pelo SUS no estado de SP.

Durante uma coletiva de imprensa na terça-feira, Tarcísio compartilhou um relato pessoal afirmando que seu sobrinho melhorou da Síndrome Dravet, encefalopatia progressiva, após o uso do canabidiol. O PL foi sancionado com alguns vetos e deve retornar á Alesp para discussão do Poder Legislativo Paulista.

"Ele [a criança] só melhorou quando começou a tomar canabidiol. É duro você ter na família alguém com síndrome de Dravet. Você vê uma criança que, em vez de brincar, está convulsionando, convulsionando, convulsionando", disse o governador

Ao contrário do que algumas pessoas acreditam, o uso de medicações derivadas da cannabis não causa a mesma reação após a inalação da maconha. No caso dos remédios, a substância psicoativa serve apenas para diminuir temporariamente a atividade cerebral cessando as convulsões no paciente.