A Apple está na mira da Competition and Markets Authority (CMA), a autoridade de mercado do Reino Unido que investiga seu sistema operacional fechado e acusa a empresa de “sufocar” a concorrência. Em um novo andamento do processo, a gigante norte-americana rebateu críticas e novas exigências envolvendo o iOS.

Ao ser pressionada em uma das diversas áreas em que é acusada de praticar atos competitivos, a Apple alegou que a entidade reguladora de mercado pode transformar o iOS em “um clone do Android”. A crítica foi redigida em um documento assinado por seus advogados em dezembro e levado a público em 7 de fevereiro de 2023.

O motivo do discurso defensivo da empresa são as investigações do CMA sobre a política restritiva que obriga navegadores de terceiros a utilizarem o WebKit no iOS. Isso significa que o Google Chrome e o Microsoft Edge, por exemplo, não podem utilizar o Chromium no sistema operacional da Apple e ficam obrigados a adotar o mesmo mecanismo do Safari.

Recentemente, o Google e a Mozilla começaram a realizar testes internos com versões alternativas de seus navegadores utilizando motores proprietários para o iOS. Essa iniciativa acendeu rumores de que a big tech iria acatar às exigências do Reino Unido, mas com a nova publicação, a empresa voltou a se mostrar irredutível.

Em resposta a uma declaração de remediações exigidas pela autoridade de mercado, a Apple defendeu que remover a obrigatoriedade do WebKit no iOS poderia “impedir a uniformidade de atualizações de aplicativos que renderizam conteúdo da web, assim como o Android”.

A CMA afirma ter evidências de que “a qualidade de todos os navegadores em dispositivos da Apple é limitada pelo ritmo mais lento de desenvolvimento do WebKit”, além de sugerir que desenvolvedores tiveram que cancelar projetos baseados em web por conta desse atraso.

O órgão regulador também pretende fazer com que a Apple permita a instalação de lojas de aplicativos de terceiros no iOS, além de habilitar sideloading, isto é, a possibilidade de baixar software que não estejam disponíveis na App Store. Tais características remetem ao Android, que permite o download e instalação de apps por fora da Google Play Store.

Paralelo às análises sobre seu sistema fechado, a Apple também está sob investigação da CMA por supostamente aceitar um acordo proposto pelo Google que prevê o uso de seu mecanismo de buscas como padrão no Safari. Ambas as empresas negam esse boato.

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