Economia e mercado 17 Jan
A Secure Data Recovery, companhia especializada na recuperação de dados em unidades de armazenamento corrompidas, divulgou uma pesquisa que sinaliza mudanças na expectativa de vida útil de discos rígidos (HDDs), cada vez menos populares no mercado. Segundo a análise, a durabilidade desse hardware parece ter diminuído nos últimos anos.
Conforme revelado em um artigo publicado em 8 de março, a vida útil estimada dos discos rígidos passou a ser de 2 anos e 10 meses, na média. O estudo considerou 2 mil unidades defeituosas que foram enviadas para recuperação, e com base nos relatos dos usuários, a atual expectativa de vida dos HDDs parece inferior às estimativas da última década.
A vida útil de um disco rígido é avaliada por seu mean time between failure (MTBF ou “tempo médio entre falhas”, em tradução livre), isto é, o intervalo de tempo aproximado entre seu funcionamento correto e sua primeira falha crítica.
A Secure Data Recovery, por outro lado, levou em consideração o tempo de funcionamento total dos dispositivos para estimar a vida útil — desde seu primeiro uso até o ponto em que apresentou defeito. Outro parâmetro considerado no estudo é a quantidade de setores danificados ao longo de suas operações de leitura e gravação.
Atentando-se à fabricante, quantidade de discos rígidos e outros parâmetros, a empresa obteve dados interessantes sobre a vida útil de diferentes modelos. Confira:
A quantidade de horas de funcionamento dos modelos testados indica que a média de vida útil dos discos é de 25.233 horas antes de apresentar uma falha, ou seja, 1.051 dias ou 2 anos e 10 meses. A média de setores com mal funcionamento foi de 1.548. Cabe lembrar que a quantidade média de setores em um HDD de 1 TB é de cerca de 2 bilhões.
Embora a quantidade de “bad blocks” possa parecer ínfima frente à quantidade total de setores, a tendência é que a taxa de problemas nas subdivisões do disco rígido aumente com o tempo, multiplicando o risco de corrupção de dados.
Os discos rígidos são peças de hardware mecânicas. Para encontrar uma informação armazenada, o disco óptico em seu interior gira em alta velocidade — até dezenas de milhares de rotações por minuto — para que possa ser lido por um braço móvel eletromagnético até que o dado desejado seja identificado.
Esse processo é suscetível a falhas por influência de vários fatores, como impactos físicos do dispositivo, portanto, é ideal que todos os seus mecanismos sejam próximos de impecáveis desde sua fabricação.
O problema é que, para tentar manter essas unidades de armazenamento com desempenho suficiente para lidar com as atuais aplicações de computação, as fabricantes tentam ultrapassar limites com novas tecnologias para ampliar as capacidades e velocidades de leitura, o que acaba colocando o disco sob mais estresse.
Nesse cenário, a Secure Data Recovery identificou que a maioria dos discos rígidos defeituosos recebidos foram produzidos após 2015, embora a quantidade não tenha sido revelada, indicando que os modelos produzidos na última década são mais frágeis.
O HDD ainda é uma tecnologia utilizada com frequência devido ao seu menor “preço por byte”. É possível encontrar modelos de 1 TB por menos de R$ 300, enquanto um SSD de capacidade aproximada pode custar até R$ 400. A discrepância se deve à velocidade incomparável de leitura sequencial do SSD, que pode facilmente superar 7 GB/s.
Por outro lado, os discos rígidos ainda servem como uma opção interessante para aqueles que não costumam rodar jogos em seus computadores ou possuem uma rotina de uso brando. Para esses perfis de uso, recentemente, a Seagate deu uma prévia de seus novos HDDs de 30 TB com tecnologia HAMR.
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