A Panasonic é a nova concorrente na corrida das baterias de estado sólido, uma tecnologia que promete revolucionar a indústria de dispositivos eletrônicos e carros elétricos. De acordo com uma reportagem divulgada pela mídia asiática na última semana, a fabricante japonesa pretende começar as vendas desses componentes até 2029.

Tatsuo Ogawa, diretor de tecnologia do grupo Panasonic, revelou as informações na terça-feira (12) durante uma conferência. O objetivo da empresa é criar baterias de estado sólido capazes de serem recarregadas de 0% a 80% em apenas 3 minutos, o que beneficiaria os setores da indústria, robótica, logística e várias outras áreas que usam energia armazenada.

Segundo as informações do Nikkei Asia, o foco inicial da empresa será desenvolver baterias de estado sólido para drones, mas os executivos acreditam que algumas tecnologias empregadas nesses componentes também poderão ser utilizadas na indústria automotiva, portanto, é esperado que os carros elétricos sejam um dos focos da Panasonic.

Entre as vantagens das baterias de estado sólido, é possível destacar sua durabilidade. Acredita-se que essas células de energia consigam suportar dezenas de milhares de ciclos de carga e descarga, enquanto as atuais baterias de íons de lítio utilizadas amplamente na indústria oferecem cerca de 3 mil ciclos típicos.

Outra vantagem das baterias de estado sólido é seu desempenho de condutividade em baixas temperaturas. Quando o ambiente é muito frio, a viscosidade dos eletrólitos líquidos das baterias convencionais pode aumentar, prejudicando o transporte dos íons de lítio. Materiais de estado sólido mitigam esse problema, além de serem mais resistentes a danos.

Fabricantes de celulares também flertam com a possibilidade de utilizar baterias de estado sólido em seus aparelhos. A Xiaomi, por exemplo, destacou a maior densidade de energia de 1.000 watts-hora por litro, o que significa maior capacidade de armazenamento em um espaço menor. Nessa área, a gigante chinesa deve disputar com a Samsung.