Economia e mercado 18 Set
A chegada de diversos carros elétricos de montadoras chinesas no Brasil acirrou a disputa no mercado automotivo no país e as marcas tradicionais, que focam em modelos à combustão, estão preocupadas com os novos rumos que o segmento está tomando.
De acordo com a coluna da jornalista Paula Gama no UOL, as montadoras tradicionais estão pressionando o governo federal a cobrar impostos ou acabar com as isenções sobre carros elétricos, o que deve aumentar consideravelmente os preços desses modelos.
Em entrevista à Reuters, o secretário do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Uallace Moreira, confirmou que essa tributação “será retomada de forma gradual nos próximos três anos” como uma forma de equilibrar o mercado.
Segundo Moreira, o objetivo é fortalecer a produção nacional, dificultando a importação dos modelos estrangeiros a partir do aumento de impostos. Atualmente, marcas chinesas como a BYD e a GWM são as que mais assustam as montadoras mais consolidadas.
Com os impostos, os carros elétricos importados podem ficar até 35% mais caros no Brasil. Atualmente, o tributo de importação para elétricos está zerado e é de apenas 4% para híbridos, mas o país ainda não tem carros totalmente nacionais nesse segmento.
Contudo, as marcas chinesas já se movimentam para fabricar no Brasil. A BYD deve investir R$ 3 bilhões para produzir carros, ônibus e caminhões elétricos na Bahia, nas instalações que eram da Ford, e a GWM deve assumir a fábrica que era da Mercedes-Benz, em São Paulo.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) defendeu a tributação dos elétricos como forma de proteger as fábricas nacionais dos produtos chineses. A entidade afirma China tem um custo de produção muito mais baixo que o nosso país.
Na contramão disso, a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) é contrária a taxação. A entidade destaca que os EVs estão caindo nos gostos dos brasileiros e que a mudança da regra não será bem vista pelas marcas que ainda não estão produzindo no país.
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