Como eu já disse em diversas análises aqui do site, nem eu e nem ninguém aqui da redação é dono do seu dinheiro. No final das contas você é quem melhor sabe dele, e se você está com grana sobrando, porque não “investir” no que você tem vontade.

Mas enfim, por que você não precisaria de um dos novos iPhones 15? Afinal, eles trazem um novo processador, sendo os iPhones mais potentes já lançados, um novo design (cof-cof) e a inovadora porta USB-C; então, por que não valeria a pena?

A pergunta não é bem essa! Será que eles valem todos os milhares de reais que a Apple – e as redes de varejo – estão cobrando? Lembrando que isso aqui não é um review (ele ainda está por vir).

Primeiro, precisamos desmistificar essa ideia de que comprar um bem como um novo celular é um investimento. A não ser que você trabalhe com isso e tenha um retorno financeiro, isso não é um investimento; é um supérfluo que você quer dar o nome de investimento para amenizar a dor do dinheiro que você gastou (e está tudo bem, sabe).

Mas afinal, por que você não precisa do novo iPhone 15?

Sim, os novos aparelhos trazem mais processamento em relação à geração anterior. Tudo bem, a Apple está reciclando o processador do 14 Pro para o iPhone 15 normal? Sim, mas não deixa de ser mais potência em relação à geração passada. E sobre a linha “Pro”, temos o processador A17 Pro – que é naturalmente mais potente do que o A16.

Mas a questão é que muito provavelmente você não precisa de todo esse processamento. Afinal, como provavelmente você faz parte de um grupo de usuários médios, você usa seu celular para o mesmo que todo mundo: redes sociais, zap zap, tirar fotos, navegar na internet e, no máximo, um joguinho básico que você baixou da App Store para se divertir quando está entediado.

E se esse é o seu uso, eu posso garantir com um certo grau de certeza: seu iPhone de uns 3 ou 4 anos de idade é capaz de levar tudo isso muito bem, sem nenhum tipo de travamento. Talvez algum desgaste significativo em bateria, mas nada que uma boa (e muito mais barata) troca não resolva.

O mesmo vale para as câmeras. Eu ainda não tenho os novos iPhones em mãos, mas sim, eles muito provavelmente conseguem tirar fotos e fazer vídeos melhor do que os lançamentos das gerações anteriores.

O problema, mais uma vez, é que a não ser que você seja um fotógrafo ou filmaker profissional, ou tenha os novos iPhones lado a lado com alguns modelos anteriores, você provavelmente não vai perceber nenhuma diferença entre as fotos tiradas com os modelos atuais e os passados – e o mesmo vale para àquela sua postagem numa rede social.

Além disso, acredite: ter um celular capaz de fazer fotos melhores não vai te tornar um melhor fotógrafo; da mesma forma como ter uma câmera profissional em mãos não vai te fazer um J.R. Duran ou um Alfred Hitchcock. Outras coisas, que vão além de uma boa câmera, importam mais na hora de fazer bons registros.

Mas e sobre o design; e sobre a nova porta USB-C? De fato, a porta USB-C foi – na minha opinião (como tudo aqui) – uma das melhores coisas que a Apple trouxe para a nova geração de iPhones.

Chega de não achar ninguém com um carregador para te emprestar porque você é o único alecrim dourado da sala que tem um smartphone com uma porta lightning. Agora você também poderá fazer parte da festa de ser capaz de carregar todos os seus dispositivos com um só carregador; bem-vindo!

Mas mais uma vez, será que é preciso gastar tanto dinheiro por “tão pouco”?

A respeito do design, eu tenho que dar o braço a torcer, eu gostei muito da ideia da Apple de transformar o entalhe da tela em algo menos inútil, agregando funções a algo que até então poderia ser visto como um incômodo. E isso é algo que já venho falando desde o ano passado com a chegada do 14 Pro e 14 Pro Max.

Então, foi legal por parte da Maçã ter incorporado o notch de ilha aos modelos mais básicos. Mas, ao mesmo tempo, não dá para chamar de novidade.

Na verdade, desde o ano passado, o que a gente tem visto é a linha básica de iPhones usando os “restos” da linha Pro, e esse ano foi a mesma coisa: um design que misturou o fundo do iPhone 14 com a frente do 14 Pro Max, e o processador da linha Pro lançada em 2022.

Mas você pode argumentar, e aqui imagine-se na sua própria voz: mas Philipe, eu não quero os modelos básicos, eu quero o iPhone 15 Pro Max! Eu quero o novíssimo acabamento de titânio!

Mais uma vez, eu ainda não tenho os novos iPhones em mãos e tudo que eu estou falando aqui é baseado no que eu já vi, trabalhando na mídia especializada, e na minha experiência de ter visto modelos anteriores.

Então, pode ser que venha uma grande mudança de comportamento por aí, mas é muito provável que a grande maioria dos usuários dos novos iPhones 15 Pro e 15 Pro Max continuem a enfiar seus novos smartphones em uma capinha de R$ 40; assim como fizeram nas linhas 12, 13 e 14...

Afinal, por mais que a Apple faça a propaganda do “ceramic shield” e do novo acabamento de titânio, nós ainda estamos falando de uma tela de vidro e de um corpo que pode arranhar com alguma facilidade.

Mas talvez você precise do novo iPhone 15

Aqui, eu quero deixar bem claro que eu passo longe de ser um hater da Apple. Escrevo esse texto, inclusive, do topo do meu sofá com um Macbook Air no colo – enfim, a hipocrisia.

Mas eu não preciso negar o tempo que a empresa guiada por Tim Cook tem demorado para apresentar alguma inovação realmente empolgante no campo dos celulares. Ou será que o problema é comigo?

De qualquer forma, você pode sim precisar de um iPhone 15 – independente do modelo. Talvez não se você está com um iPhone 12, 13 ou 14 em mãos, mas se você tem um aparelho mais antigo que algum desses, se quer experimentar o gosto da maçã, ou se seu smartphone atual já está morrendo, muito provavelmente o iPhone 15 vai te entregar tudo o que você precisa, de uma autonomia satisfatória até boas câmeras e um ótimo desempenho – e isso, levando em consideração apenas tudo o que a Apple tem feito ao longo dos bons últimos lançamentos.

Mas você ainda pode ter outras justificativas. E aqui, eu reforço a ideia de que não somos donos do seu dinheiro e muito menos da sua vida. Talvez você esteja com muita grana sobrando e queira manter seu status de rico, trazendo um iPhone novinho da sua viagem para Nova Iorque; talvez você esteja precisando de um parcelamento “pingando” todo mês pelos próximos 2 anos no seu cartão.