Tech 21 Mar
Pesquisadores chineses descobriram um novo material que poderia transformar sua indústria de baterias. No maior depósito de minerais raros do mundo, Bayan Obo, localizado na Mongólia Interior, os geologistas encontraram uma matéria-prima chamada de “niobobaotita”, trazendo uma combinação de elementos químicos que incluem o nióbio.
Nióbio é um metal raro que costuma ser utilizado na indústria siderúrgica, destacando-se pela capacidade de tornar materiais de ferro mais significativamente leves e resistentes. 95% da demanda de nióbio da China é importada de países como o Brasil, que é o país com maior fornecimento do elemento químico do mundo, seguido pelo Canadá.
Uma característica do nióbio que chama atenção de fabricantes de baterias é sua propriedade supercondutora e estável, garantindo maior resistência às células de armazenamento de energia. Com a descoberta da niobobaotita, a China poderia se tornar autossuficiente na produção de nióbio e reduzir ou anular sua dependência de importação.
Além do metal raro, a niobobaotita é composta por bário, cloro, ferro e titânio. Seus aglomerados variam entre tamanhos de 20 a 80 centímetros. Este é o 13º mineral recém-descoberto no país desde o estabelecimento do sistema geológico nuclear da China, conforme divulgado pelos geólogos responsáveis pela descoberta à mídia asiática.
Antonio H. Castro Neto, professor de engenharia elétrica e de computação da Universidade Nacional de Cingapura, afirma que este pode ser um grande avanço para a economia interna da China. “Dependendo do volume e quantidade de nióbio, a China poderia se tornar autossuficiente”, disse o especialista.
Fizemos um progresso significativo em nosso desenvolvimento de baterias de nióbio-grafeno que estão provando ser um divisor de águas em segurança, eficiência e sustentabilidade.
Antonio H. Castro Neto
A China é um dos países que buscam inovar no ramo de baterias, e para isso, possui colaborações com o Brasil. Tiago Amaral, gerente de meio ambiente da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), destaca que as vantagens do uso do nióbio combinado ao grafeno devem beneficiar especialmente a crescente indústria de carros elétricos.
Os pesquisadores acreditam que a retenção de desempenho das baterias de nióbio-grafeno pode ser até dez vezes maior que as versões tradicionais de íons de lítio, fazendo com que durem cerca de 30 anos.
A niobobaotita recebeu aprovação do comitê da Associação Mineralógica Internacional, segundo a China National Nuclear Corporation, uma empresa estatal responsável por supervisionar os programas nucleares para as áreas civis e militares da China.
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