A Intel realizou uma conferência com investidores na última quinta-feira (26) para anunciar seus resultados no 3º trimestre de 2023. Durante a apresentação, Pat Gelsinger, diretor-executivo da fabricante de hardware, comentou sobre como pretende responder às tecnologias concorrentes que estão em ascensão no mercado.

Um dos assuntos abordados na conferência foram as novas litografias no horizonte de lançamentos da Intel. Além disso, a empresa comentou sobre como esses avanços servirão como resposta para as futuras plataformas baseadas em Arm — arquitetura que está ganhando espaço na indústria de computadores com Windows.

Após três gerações, a fabricante está se preparando para substituir o processo Intel 7 pelo Intel 4 com a família de processadores “Meteor Lake”, prevista para estrear em 14 de dezembro. O Intel 3 também está em evolução ativa, e sua produção em massa está marcada para começar no início de 2024 com foco nos processadores Xeon “Granite Rapids”.

Gelsinger destaca também sua próxima grande revolução no mercado de semicondutores, a “era Angstrom”, que promete um grande salto de desempenho e eficiência aos processadores. Há duas litografias que irão compor essa etapa: Intel 20A e Intel 18A, que devem ser equivalentes às classes de 2 nanômetros e 1,8 nanômetro, respectivamente.

Estamos particularmente entusiasmados com a nossa mudança para a era Angstrom com Intel 20ª e Intel 18ª. Há ainda duas inovações importantes, RibbonFET e PowerVIA, representando a primeira mudança fundamental na arquitetura do transistor e do processo desde que comercializamos o FinFET em 2012.

A Intel espera comercializar seus primeiros chips com a tecnologia Intel 20A em 2024. Os processadores “Arrow Lake”, previstos para a segunda metade do próximo ano, serão os precursores da tecnologia no lado do consumidor, posteriormente, a empresa introduzirá as famílias “Lunar Lake” e “Panther Lake” até 2025.

Quando perguntado sobre os desenvolvimentos recentes no segmento de PC, principalmente falando no interesse da NVIDIA, AMD e Qualcomm na arquitetura Arm, Gelsinger afirmou que, embora leve todos os tipos de concorrência a sério, a Intel não vê essa tendência como uma ameaça tão significativa, e sim como uma “empolgação da indústria”.

Acho que o que você está vendo é que a indústria está animada em torno do AI PC. E como declarei há alguns meses, estamos vendo essa tecnologia se materializar, e a indústria vendo isso com muita empolgação. As alternativas de cliente Arm e Windows, geralmente, foram relegadas a papéis bastante insignificantes no negócio de computadores pessoais. Temos um roteiro forte com “Meteor Lake” lançando esta geração de AI PC em 14 de dezembro.

Cabe lembrar que, recentemente, a Qualcomm apresentou o Snapdragon X Elite como sua nova plataforma focada em desktops e notebooks com Windows. No evento de apresentação, Satya Nadella, CEO da Microsoft, comentou sobre as funções de inteligência artificial que serão otimizadas pela central de processamento neural (NPU) do chip.

O AI PC é um novo segmento de computadores pessoais impulsionado especialmente pelo “boom” da inteligência artificial em 2023. A computação híbrida será um fator-chave para a popularização desse ramo, uma vez que combinará o processamento local nos novos dispositivos com a computação em nuvem.

Finalmente, falando em nuvem, a Intel reforçou o compromisso com a linha de aceleradores de inteligência artificial “Gaudi”. Após reconhecer a NVIDIA como líder no setor da IA, Gelsinger reafirma suas expectativas para o lançamento da família Gaudi3, que deve alimentar supercomputadores voltados à aceleração de treinamento de modelos de IA.

“Nosso cronograma está no caminho certo com o Gaudi3, que está em fase de empacotamento e com lançamento previsto para 2024”, adiantou o CEO.